Para o secretário de planejamento Ruy Borba, em entrevista ao JPH, os vereadores do G-5 (Genilson, Evandro, Joãozinho, Valmir e Joice) não têm "compromisso com o interesse público" e usam "suas prerrogativas legislativas apenas para atender a interesses pessoais e familiares" (JPH, 12/03/2011).
A seguir, o jornal relaciona- numa espécie de dossiê- os interesses particulares de cada um dos vereadores do G-5 não atendidos pelo governo Mirinho:
1) Joãozinho Carrilho: - queria que a empresa do seu pai ganhasse o contrato de limpeza das ruas sem licitação.
2) Joice - indicação de seu marido como titular da pasta de Ordem Pública.
indicação de seu marido para a Coordenação de Defesa Civil.
pedido de permissão para que seu pai e mãe explorassem um quiosque em Geribá.
pedido para que seu marido explorasse o estacionamento da Cidade.
3) Valmir: -tentou indicar o fornecedor de caixões para o prefeito.
advogou pela escolha de empreiteiros indicados por ele para realizar obras da prefeitura.
4) Evandro - "tentou manter sua ascendência sobre o processo de autorização que estavam sendo dadas para o comércio ambulante nas praias da cidade".
5) Genilson - apontado como o "Rei da construção civil", mas não foi relatado nenhum pedido seu não atendido pelo prefeito.
As acusações são sérias e os vereadores têm que vir a público esclarecer cada ponto. Quem cala, consente.
Mas apesar de toda "competência técnica e intelectual do secretário", reconhecida pelo G-5, ele cai num maniqueísmo primário, característico de pessoas que não conseguem ver os vários aspectos da realidade, ao qualificar os vereadores do G-5 como "maus". Então, a realidade da atuação parlamentar em Búzios estaria dividida em "bons" e "maus" vereadores. Ele não disse, mas deixa implícito que os vereadores da base (G-4) seriam os "bons". Eles seriam bons por quê? Por que não criam nenhum problema para o governo? Por que tiveram seus interesses particulares atendidos?
Para elucidar a questão basta verificar quem foi contemplado pelo governo com os pleitos não atendidos dos vereadores. Para quem foi dada a limpeza das ruas? Por quê? A licitação foi limpa? Para quem foi dada a limpeza de praia? Por quê? A licitação foi limpa? Para quem foi dada a Secretaria de Ordem Pública. Por quê? Quem é o atual Coordenador de Defesa Civil? Por quê? O oitavo quiosque foi dado para quem? Por quê? Para quem foi dado o estacionamento? A licitação foi limpa? Quem é o fornecedor de caixões da cidade? Por quê? Quem indica empreiteiros para obras da prefeitura? Por quê? Como foram selecionados os ambulantes? Por quê?
Como é que o secretário pode falar em traição só do vereador Joãozinho, se têm na base parlamentar do governo- utilizando-se os mesmos critérios- dois "traidores": vereador Felipe e Leandro. Ambos participavam do governo Toninho e foram eleitos na coligação que tinha como candidato à majoritária, Duda Tedesco. O que os fez mudar de lado? Com certeza não foram os lindos olhos do prefeito. Quais os favores que foram atendidos? Quantos cargos foram negociados?
O secretário também não pode acusar só o vereador Nobre de "retardar as investigações sobre a gestão do cemitério municipal durante o governo Toninho", porque o artifício legal, mas imoral, do uso de protocolo de requerimento para impedir investigações também é feito por membros do G-4. É só pedir a lista de requerimentos protocolados.
Por esses critérios utilizados pelo secretário, chego à conclusão de que todos os vereadores de Búzios são "MAUS". Ou o secretário queria dizer outro nome..?
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O JPH desta semana (12/03/2011), na sua página 6, no afã de defender o governo, publica entrevista com o sociólogo Julio Jacobo Waiselfisz- diretor de pesquisa do Instituto Sangari- insinuando que ele teria admitido e consertado erros sobre Búzios, apontados pelo delegado Mario Lamblet e pelo secretário Ruy Borba. Mas quem lê a entrevista verifica que isso não é verdade. Tudo o que publicamos aqui no blog sobre o tema é confirmado pelo sociólogo.
Julio confirmou que a fonte de dados é o SIM - Sistema de Informação de Mortalidade e que as definições territoriais utilizadas são as especificadas pelo IBGE.
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O Jornal Primeira Hora (JPH), de 12/03/2011, publicou uma notinha do governo tentando explicar o que ocorreu com a licitação do estacionamento da cidade. Segundo o setor de licitações da prefeitura, "devido à necessidade de se organizar as vias públicas durante o carnaval, o certame teve a sua data antecipada". A errata foi publicada no jornal 'O Povo' do dia 23 de fevereiro informando que a licitação seria antecipada para o dia seguinte, dia 24 de fevereiro, após consulta às duas empresas concorrentes. No dia 25 de fevereiro, o contrato foi assinado. A ordem de serviço foi dada no dia 2 de março.
A coisa foi feita tão clandestinamente que nem o secretário de Ordem Pública, Lirio, sabia de nada. Três dias depois da ordem de serviço ter sido dada, eis o que ele disse no JPH da semana passada (5/03/2011): "continua proibida cobrança de estacionamento em via pública, a atividade clandestina será combatida. A Cidade não autoriza ninguém a trabalhar como guardador de automóveis. Temos uma parceria com a 127ª DP e vamos coibir qualquer tipo de extorsão. Em breve uma empresa vai cuidar do estacionamento em vias públicas e vamos zerar os clandestinos".
Não é a toa que vivo dizendo que virou bagunça. A cidade inteira já sabia que a Mutirão ia ganhar. Já sabia que a licitação era dirigida. Fazem o que querem e não acontece nada. Publicar errata no jornal 'O Povo' é brincadeira! Além disso, é um escárnio com o Ministério Público que já abriu procedimento investigatório sobre a licitação.
O que eles não sabem é que quanto maior for a temperatura na panela de pressão, maior será a explosão.
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