Em 30/09/2008 anunciou-se que o ClubMed em Cabo Frio estaria em operação até 2010, que o empreendimento custariaR$420 milhões em cinco anos e que geraria dois mil empregos. À época, porém, sesabia que o número da mão-de-obra local que poderia ser utilizada era igual àzero.
Em03/03/2011 os acionistas do Club Med desistiram da empreitada. (Ver texto destecolunista “Acionistas desistem do Club Med no Peró”), mas no Brasil, em algunsportais, há quem mantenha a afirmação de que as obras serão iniciadas emagosto, as edificações do clube construídas sobre palafitas.
A questão ambiental na Reserva doPeró é complicada e enquanto as coisas aconteciam em Paris, em Búzios se anuncioua expansão da Marina Porto Búzios, que se iniciaria neste mês de junho, oinvestimento inicial sendo de R$300 milhões, 70% do que a empresa Club Medinvestiria em cinco anos. É um desafio.
Garantiu o gerente da expansão damarina, em entrevista à revista Cidade online (www.revistacidade.com.br), que "Aspessoas da Rasa que escolherem trabalhar em qualquer ramo da náutica é sóquerer. A pessoa acorda e diz ´eu quero ser um técnico em eletrônica, umpiloto, um mecânico, trabalhar com fibra, é só querer. A oportunidade vai estarao lado de casa". Eis ai outro desafio, mas para os governos municipal,estadual e federal: um deles terá que construir escolas técnicas em Búzios paraque as pessoas por elas capacitadas acordem e façam as anunciadas opções. Nomomento o número de pessoas que podem fazer isso é, exatamente, igual à zero. Argumentouo gerente do projeto que “As pessoas de bom padrão vão parar seus barcos aqui,vão saltar, vão consumir". Acontece que as pessoas na foto anexa tambémsão de “bom padrão”, do que segue que “Caso o projeto se concretize”, comoobservou o gerente, se faz imperativo que os governos enfrentem o terceirodesafio, mesmo porque caso o projeto não se concretize, elas precisam sequalificar para terem condições de ascender socioeconomicamente, com barcos ousem barcos de luxo aportando em Búzios.
Ernesto Lindgren
Comentários:
Flávio MachadoNa sessão da câmara de vereadores que rejeitou as contas de gestão de 2004 do prefeito Mirinho Braga, o então vereador Flávio Machado afirmou:
“Quero deixar bem claro aos vereadores que me antecederam e, em especial ao Alexandre Martins, que ocorreram fatos ilegais, sim, como o custeio de publicidade, a compra de camisetas, o pagamento de pessoal. Foram pagas obras que não chegaram a ser completadas. Tem criança morrendo por causa de uma cisterna que não foi terminada. Tem que ser cassado, sim. Tentaram conquistar o meu voto através de propina e não aceitei. Não estamos votando o Parecer para tornar alguém inelegível ou não. Meu voto é consciente. Agora, não resta dúvida, vai ter muita viúva de marido vivo”. (JPH, 24/05/2006).
Na audiência de instrução da ação anulatória (0000477-03.2008.8.29.078) impetrada por Mirinho Braga, realizada em junho de 2009, "com exceção de Messias Carvalho, todos afirmaram que os procedimentos regimentais para o direito de defesa foram assegurados. Flávio Machado acrescentou que o ex-prefeito Toninho Branco o ameaçara, caso não votasse pela rejeição das contas" (JPH, 20/06/2009).
Este tipo de comportamento é muito comum no nosso legislativo: malabarismos de explicações de quem muda oportunisticamente de lado, que não convence ninguém. Só fica muito feio pra pessoa.