RIO - O juiz João Carlos de Sousa Correa, da 1ª Vara de Búzios, na Região dos Lagos, começou a ser julgado na segunda-feira no Órgão Especial do Tribunal de Justiça do Rio por uma série de denúncias — como ameaças a turistas e a um agente da Operação Lei Seca — que estavam sendo investigadas pela Corregedoria do TJ. O processo corre em sigilo e, durante os debates de segunda-feira, o corregedor-geral Antônio José Azevedo Pinto expôs as denúncias para os outros 24 desembargadores. Nos próximos dias, testemunhas de defesa e acusação serão ouvidas. Depois, o Órgão Especial decidirá o futuro do juiz. Alguns desembargadores chegaram a discutir se a melhor medida seria afastá-lo da comarca de Búzios.
Discussão com casal por causa de festa barulhenta
Um dos casos investigados é a confusão em que João Carlos teria se envolvido com dois turistas em Búzios, hospedados num hotel perto da Orla Bardot. O casal, um francês e uma alemã, reclamou de uma festa promovida pelo magistrado até de madrugada num dos quartos. Na época, um gerente do estabelecimento confirmou que alguns clientes se queixaram do barulho e que, depois de a direção ter chamado a atenção do juiz, tudo voltou à normalidade. Um dos hóspedes era o empresário e advogado Marcelo Bianchi. Segundo ele, João Carlos teria ofendido e ameaçado o casal.
Outra denúncia que chegou à corregedoria foi a de uma confusão ocorrida numa blitz da Operação Lei Seca, na Lagoa. O magistrado e uma fiscal discutiram, e ele deu ordem de prisão à mulher. Na ocasião, João Carlos dirigia um Land Rover sem placa, com prazo de emplacamento vencido, e estava sem a carteira de habilitação. Ele alegou ter esquecido o documento dentro da bolsa de sua mulher. O carro foi rebocado e o juiz, multado por dirigir sem carteira. A agente disse ter sido ameaçada por João Carlos.
Outra denúncia, mais antiga, é de julho de 2009, quando o juiz teria discutido com um policial rodoviário federal, em Rio Bonito. Ele havia passado por um posto da Polícia Rodoviária Federal (PRF) de madrugada em alta velocidade e com um giroflex azul (luz de emergência giratória, usada por carros da polícia) no teto. A legislação de trânsito proíbe o dispositivo. Na versão do agente rodoviário Anderson Caldeira, logo que desceu do carro, o magistrado teria dito, aos berros, que "era juiz de direito, que botaria o policial na rua e que sua carreira no serviço público estava acabada". Acusado pelo juiz de desacato e exposição a perigo, o agente da PRF respondeu a uma sindicância, que terminou arquivada.
Bem antes disso, em 2006, um funcionário da concessionária Ampla disse que também foi ameaçado de prisão pelo juiz, caso não religasse a luz de sua casa, cortada por falta de pagamento. A Ampla, através de sua assessoria de imprensa, confirmou o caso, mas não quis entrar em detalhes sobre o valor que era devido pelo juiz, limitando-se a informar que "era bem alto". A polícia foi chamada e a luz, religada.
CNJ investiga decisões tomadas por juiz em Búzios
O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) deve concluir até o fim do mês as investigações sobre o juiz que estão correndo em segredo de Justiça. O titular da Vara de Búzios vem sendo investigado pelo CNJ desde fevereiro de 2010, devido a uma série de decisões polêmicas, tomadas em processos sobre disputas fundiárias no balneário.
Quando passei o abaixo-assinado pedindo o impeachment do prefeito Mirinho Braga fiquei impressionado com o medo demonstrado pela população de Búzios de colocar uma simples assinatura numa folha de papel. Era demais para mim: estava diante do medo de um povo de exercer um direito de cidadania!
Antes de pedir para a pessoa assinar, perguntava o que ela estava achando da administração atual, e se estava a par da nova situação político-eleitoral do prefeito, a partir do julgamento do mérito da ação anulatória impetrada pelo prefeito contra decisão da câmara que havia cassado os seus direitos políticos por cinco anos. Ação perdida, direitos políticos perdidos. Era óbvio.
Quase todos afirmavam que o governo Mirinho Braga estava péssimo, que não estava fazendo nada, que havia fortes indícios de que muitos recursos públicos estariam sendo desviados e coisa e tal. Mas quando pedia para assinar o abaixo-assinado muitos recusavam, mesmo tendo explicado que o prefeito não poderia permanecer no cargo após a decisão do juiz de Búzios. Como é que uma pessoa inelegível pode continuar governando uma cidade? Não é que as pessoas não concordassem com os argumentos. Não é que não quisessem. Não é que faltassem razões para assinar. O que sobrava era medo. Muito medo de represálias. E isso era verbalizado como se fosse a coisa mais natural do mundo, sem nenhum constrangimento.
Alguns me disseram que não podiam assinar porque poderiam perder o emprego (contratado, comissionado, ou empregado em alguma terceirizada) ou fazer algum parente perder o dele. Mesmo alguns funcionários concursados alegavam que poderiam sofrer retaliações tais como serem transferidos para locais distantes de suas residências ou para setores que nada tivessem a ver com suas carreiras. Setor de arquivo, almoxarifado, por exemplo. É como se tivessem medo de serem colocados de castigo pelo pai/patrão/prefeito cruel. Sabiam que não podiam ser demitidos mas temiam, e como, ser castigados.
Até mesmo lideranças do movimento sindical dos trabalhadores do setor público (ASFAB) que diziam concordar com o teor do abaixo-assinado, disfarçavam, mas não assinavam. Chegavam a pegar folhas para passar entre a categoria mas nunca as devolviam . Dissimulados, disfarçavam o quanto podiam. Chegavam a aparentar que torciam para que se conseguisse o número necessário de assinaturas, mas na verdade estavam preocupados unicamente em não queimar a possibilidade de aquisição de uma comissão qualquer que o prefeito poderia lhes presentear no futuro. Quem sabe?
O fato de não assinar podia representar o ganho futuro de uma comissão de mais de R$ 2.000,00 reais para uma pessoa que só conseguiu passar em um concurso de R$ 700,00. Já imaginou o que é isso?
Teve um morador que toda vez que me encontrava vibrava com o abaixo-assinado. Perguntava sempre quantas assinaturas já tinham, quantas faltavam, etc. Diante de tanta euforia pedi que ele passasse algumas folhas. Meio sem jeito, me disse que tinha assinado mas que não gostaria de passar o abaixo-assinado. Não lhe cobrei o motivo, pois sabia qual era o seu medo: seu pai tinha cargo comissionado na prefeitura. Deve estar até hoje arrependido de ter assinado.
Alguém pode pensar que somente o trabalhador de Búzios tem medo de exercer a sua cidadania porque pode perder o emprego, por pura dependência econômica. Não há nada mais falso. Grande parte do empresariado da cidade também tem medo. Muito medo. Um empresário, a quem me dirigi com o abaixo-assinado, teve a cara de pau de me dizer: não posso assinar porque sou empresário! Deu vontade de dizer que ele era um empresário de merda, que estava todo ilegal, sem alvará, que sonegava impostos, que não assinava carteira, que roubava horas extras e gorjetas de seus funcionários. Não disse, mas entendi os motivos da existência de tanta ilegalidade em Búzios.
Não é a toa que a ilegalidade é consentida pela administração municipal. Quanto mais ilegal estiver o empresário melhor para o prefeito. O rabo preso fará com que ele não participe de protesto nenhum. Diante de qualquer rebeldia como assinar um abaixo-assinado pedindo o seu impeachment é só o prefeito mandar a fiscalização sanitária fazer uma visitinha em sua cozinha. Ou mandar a fiscalização do ISS dar uma olhadinha em seus livros-caixas. Ou a fiscalização urbanística ver se ele construiu algum puxadinho sem licença. Ou a fiscalização da postura ver se tem alguma mesinha a mais do lado de fora. Isso quando fiscalizações estaduais (ICMS) e federais (trabalhista) não dão uma forcinha extra.
Da mesma forma que domina grande parcela das famílias buzianas com os empregos públicos- como se esses empregos fossem seus-, com as ilegalidades empresariais consentidas- que não são poucas- o nosso prefeito domina o patronato também. É o governo do Terror!
É. Está tudo dominado pelo medo!
Búzios precisa urgentemente de uma Primavera como a Primavera Árabe. Os moradores de Búzios precisam sair às ruas, desatar seus grilhões, vencer seus receios e mostrar que somos cidadãos de verdade, conscientes de seus direitos e que não aceitam, de forma alguma, viver sob o domínio do medo.
Observação 1: depois de conseguir algumas centenas de assinaturas resolvi desistir do abaixo-assinado. As dificuldades relatadas acima nos mostraram que levaríamos muito mais tempo do que pensávamos inicialmente. Agradeço a todos os cidadãos buzianos que o assinaram, cidadãos no verdadeiro sentido da palavra, com os quais tenho orgulho de me relacionar. Outros projetos de lei de iniciativa popular virão porque esta é a razão de ser deste blog.
Observação 2: realmente, por não ter conseguido passar o abaixo-assinado, reconheço que o prefeito saiu vitorioso. Mas parafraseando o grande pedetista Darcy Ribeiro quando reconheceu que perdeu ao tentar fazer uma universidade de primeiro mundo, que perdeu ao tentar implantar o ensino integral nos CIEPs, que perdeu ao tentar impedir a matança dos índios brasileiros, mas que não gostaria de forma alguma estar no lugar daqueles que o venceram, digo o mesmo: Prefeito Mirinho Braga, não gostaria nem um pouco de estar no seu lugar!
Boa esta nobre Luiz! Porém sem novidade alguma sobre o tema. É sabido a muito tempo, que pessoas nesta cidade, tem receio por vezes de se quer dar uma opinião, contrária a administração atual, ou seja lá a que estiver no comando. Muitos tem um certo "rabo preso", mesmo que indireto. Muitos cidadãos tem receio de se expressar publicamente por receio de um parente que esteja contratado pela PMAB ou o próprio, venha a perder a "boquinha" do emprego. Por isto estes governantes não tem a menor pressa em realizar concurso publico, uma vez que perderam um pouco mais de suas forças de domínio neste sentido. Tambem infelizmente tem servidor concursado que tem receio de perder posto (local) de trabalho onde ele possa estar bem acomodado, sem comentar detalhes daqueles que recebem "gordas" horas extras sem que trabalhem para isto. Em diversos setores da Prefeitura tem servidores nestas situações, gabinetes, secretarias, coordenadorias, etc... Até em gabinete de vereadores existe isto, pessoas que recebem horas extras bem GORDAS, sem fazer. Existem duas modalidades, a que os administradores da grana chamam de " PLUS " a mais, pago a pessoas que dizem ser de confiança, e outras que são pagas para simples lavagem, onde o servidor parece repassar parte do que recebeu sem fazer, mesmo que o referido servidor se quer cumpra os dias normais de trabalho. Peça vistas dos contra-cheques e verás! Os vereadores volta e meia solicitam isto. Ouvi burburinhos que existem no MP - tutela de Cabo Frio, diversas ocorrencias de denuncia sobre isto, mas sem providencias ainda.
Acho interessante a colocação do medo. Creio que temos nesta cidade duas situações explicitas: MEDO e COVARDIA. Sim, o medo colocado por nosso querido Luiz, tão óbvio e claro como água, tange nos interesses daqueles que não ´so trabalham e dependem do leitinho da administração local, assim como os seus, digo, a familia interia quando não. Porém, existe tambem a COVARDIA. Esta, pior ainda. Sim, pior porque, além das questões colocadas acima, são pessoas que não abrem novos caminhos na vida, sequer investe suas forças para novas empreitadas pessoas. E assim se renova a cultura do povo local de se deixar levar por promessas de pseudos " politicos " achando que o seu está garantido, não sabendo este imbecil que está alimento a corrupção e corja que depende da ignorancia, medo e covardia dessas mesmas pessoas. É triste, mas é verdade. beijos Luiz♥
Dura verdade! Terrível necessidade! Pobre homem pobre que pensa que tem garantia de alguma coisa! Mas garanto, não sou pastora, não sou empresária, não sou ninguém como dizem por aí...e eu concordo.
Apenas garanto a quem desenvolveu esse medo que tudo tem limite. Vento forte derruba castelo de areia ou de cartas... E aqui tem muito vento. Poder baseado no medo e na corrupção pode permanecer por um tempo, mas não para sempre... É uma questão de paciência, precisamos observar e utilizar esse aprendizado no futuro.
Se informarmos o que corre nos bastidores da política, de forma didática, com exemplos claros, as pessoas acordariam e intuitivamente reagiriam.
Por mais simples que sejam, compreenderiam.
É preciso que seja dito: quem colocou o Rei?
Como ele obteve esse poder?
Por que ninguém fala qual a origem do mal?
Como o prefeito atual conseguiu ser candidato?
Será que existe uma eminência parda?
Um cidadão comum, não político, não tem como chegar ao poder sem uma “ajudinha”.
É hora de dizer quem é, tem que vir à tona para que o povo saiba e veja que nada acontece por acaso, sempre há alguém ou alguma coisa que determina o fato. Se o Rei não existisse, o Conselho de Meio Ambiente estaria funcionando bem, todos estariam defendendo o plano diretor. A cidade estaria protegida da barbárie corporativista.
Se o Rei não existisse, as diversas correntes, mesmo sendo duvidosas, se auto-regulariam, pois um lado controlaria o outro. A população não está feliz, mas mostra um fatalismo estranho.
Tudo é porque é. Tenho um exemplo da inércia dos moradores e da aceitação automática.
Na esquina de minha casa, iniciaram a construção de uma praça que poderia custar uns vinte a trinta mil, pois é uma quadra de areia com uma calçada em volta com quatro postes, três bancos e três mesinhas, mas na placa mostra o custo de cento e nove mil.
Comentei com o pessoal e soube que nem sequer houve unanimidade sobre onde deveria ser construída a praça.Muitos falaram que havia outro local mais adequado, mas que foi uma ordem do Rei em troca de algumas declarações duvidosas...
Os que foram beneficiados, os do entorno, declararam que não interessa o preço se essa é a única forma de ter a praça. O mentor do projeto, residente na tal rua, deu permissão ao Rei para publicar que eu não tinha poder para sair do conselho, incluindo carta branca sobre assuntos pertinentes (vide JPH – observatório)... Mas em troca teria a rua asfaltada e a construção imediata dessa praça como demonstração de sua força política.
Nem pediu que eu não divulgasse a afirmação.
Ainda declarou que diria tudo que precisasse para que a praça saísse do papel, já!
Tudo pela praça. Tudo pelas criancinhas. Alguém acredita em papai Noel?!? Pelo menos foi honesto ao revelar o motivo de seu testemunho em meu desfavor.
Agora tenho um dilema filosófico: será que quando a maioria pensa da mesma forma e a minoria não consegue demonstrar que isso é um erro, essa maioria, em hipótese, estaria certa neste momento e precisaria percorrer um caminho mais longo para acabar chegando a um mesmo ponto no futuro? Isso também é desperdício... deve ser improbidade moral...
Marcia Bispo Do NascimentoLuiz, acabei de comentar lá. Falei da limitrofe diferença do MEDO para a COVARDIA
segunda às 18:55 ·
Eduardo TorrelyLuiz Gomes, parabéns pelo artigo “A CIDADE DO MEDO”. Você conseguiu digitar com poucos caracteres, como é o comportamento do morador de Búzios, quando o assunto é a “Política da cidade”. Está de parabéns!
Monica Werkhauservoce tem toda razão, infelizmente numa cidade, onde o emprego é díficil e o governo não faz nada, sempre será dificil excercer a cidadania
segunda às 18:38 ·
Camila VianaRealmente as pessoas tem muito medo dos governantes nessa cidade. Incrível que até quem não deve nada tem medo de botar a cara. Isso tem que acabar!
Agora que se aproxima o fim do campeonato brasileiro, alguns amigos famenguistas- com despeito por não estarem disputando o título- espalham a lenda que diz que o Vasco é o time que tem mais vices-campeonatos. A lenda teria origem no fato de o time da cruz de malta ter perdido, segundo eles, mais decisões de títulos do campeonato carioca que Flamengo, Fluminense e Botafogo. Para por fim ao mito criado por alguma mente doentia rubronegra fiz uma visitinha pelo site da Federação Carioca de Futebol e eis o que encontrei:
Flamengo - 32 títulos e 30 vices Fluminense - 30 " e 21 " Vasco - 22 " e 23 " Botafogo - 19 " e 17 "
Observação: é bom que fique registrado que o Vasco só começou a disputar o campeonato carioca de futebol em 1923. Era um Clube só de regatas até esse ano. Os outros três grandes disputam o campeonato desde 1906 (Flu e Bota) e 1912 (Flamengo).
Publico abaixo o resultado da enquete sobre a Saúde em Búzios feita aqui no Blog antes dele ter sido atacado por virús no final de setembro. Faltavam seis dias para a enquete acabar. Votaram 72 leitores.
59,72% (43 votantes) reprovaram a Saúde em Búzios:
“O óleo derramado pela Chevron no campo de Frade, na Bacia de Campos, pode chegar às praias do Rio, sobretudo Búzios e Angra, e também do Espírito Santo e São Paulo (Ubatuba) dentro de duas semanas. O alerta foi dado por técnicos do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis, (Ibama) e do Instituto Estadual do Ambiente (Inea) em reunião com o secretário estadual do Ambiente, Carlos Minc”.
É preciso saber se o secretário-executivo desse aborto parido pelo governo do Estado do Rio de Janeiro, o Consórcio Intermunicipal Lagos São João (CILSJ), vai ter coragem de mandar um e-mail para todos os veículos de comunicação, nacionais e internacionais, pedindo ao secretário Carlos Minc para que não “vomite” asneiras. Aqui está o comentário que enviou sobre o artigo “Na rota do esgoto” datado 09/05/2011, publicado na revista CIDADE ONLINE: “Resposta ao Alienado Ernesto LindgrenTer, 17 de Maio de 2011 21:38 Mario Flavio MoreiraPrezado Lindgren, Solicito por gentileza que não "vomite" asneiras numa conceituada revista como essa. Se você tem alguma dúvida em relação ao sistema de captação de esgoto em nossa região, nos procure no Consórcio, estarei a sua disposição para dirimir suas dúvidas. Ou procure alguem que saiba”.
E agora? Não só a praia do Peró está na rota do esgoto como também está na rota das pelotas do óleo que vazou na Bacia de Campos.
Que se imagine o que aconteceria se tivesse sido possível trocar a água da lagoa de Araruama fazendo dragagens no canal Itajuru. Tentaram, não por teimosia, mas por 100% de incompetência.
O secretário deveria ter sido genérico: todas as praias na costa sudeste estão ameaçadas, uma vez que todas recebem parte do esgoto in natura que é despejado pelo emissário submarino em Rio das Ostras. Essa gente do CILSJ e do INEA sempre tratou o oceano Atlântico com se fosse um penico e, não se sabe como chegaram ao ponto de imaginar que água salgada tem o poder de tratar esgoto. Ou que o esgoto não será transportado pelas correntes marítimas.
A Chevron foi multada. E o CILSJ? E o INEA? Não serão punidos pelos crimes ambientais que vem cometendo há mais de dez anos, “vomitando” uma montanha de asneiras em palestras, entrevistas, declarações publicadas na Internet?
Teremos dois novos produtos para fotografar nas praias da Região: “óleo esgotado” e “esgoto oleado”.
O programa da radialista Iva Maria na rádio Estação 104 FM, todos os dias da semana, de 9:00 às 11:00 horas, é um exemplo de mau jornalismo. Marrom mesmo. Defende tanto o desgoverno municipal que parece até uma rádio pública. Só entrevista o prefeito e gente do governo. Pessoas da oposição nem pensar. Ouvir o outro lado pra quê? No programa de hoje sentou a pua, com veemência, nos vereadores de oposição. Afirmou, sem ouvir qualquer um deles, que a oposição está "emperrando a máquina administrativa" ao não liberar os Créditos Adicionais Suplementares com a celeridade que o governo quer, repetindo a mesma ladainha do prefeito. Ontem dedicou um programa inteiro ao vereador da situação Felipe Lopes com o mesmo objetivo. Hoje entrevistou a primeira-dama Cristina Braga que acusou vereadores (só de oposição?) de fazerem política suja na sua área, até com urnas funerárias.
O quadro "pode falar" é uma vergonha! Para ouvir, ao vivo, as dificuldades da população da Região dos Lagos envia uma repórter para cada município. Só não tem repórter em Búzios! Imagina o que não seria ouvir um popular espinafrando o desgoverno municipal. Passa também a idéia de que Búzios seria uma península de prosperidade diante de tantas mazelas expostas dos vizinhos. Quem quiser confirmar é só ligar para o telefone da rádio: 2623-3592.
Dizem que a rádio é educativa. Entrei no site do Ministério das Comunicações mas não consegui confirmar a informação. Aguardo resposta ao email que enviei para a ouvidoria do Ministério. Mas se a rádio for realmente educativa, ela deve ser destinada:
"... à transmissão de programas educativo-culturais, que, além de atuar em conjunto com os sistemas de ensino de qualquer nível ou modalidade, vise a educação básica e superior, a educação permanente e formação para o trabalho, além de abranger as atividades de divulgação educacional, cultural, pedagógica e de orientação profissional". (http://www.mc.gov.br/radiodifusao/radio-e-tv-educativa)
Todos em Búzios dizem que a rádio é de propriedade do Senhor Mário Fernandez, dono do Chez Michou, e amigo íntimo do prefeito. O senhor Mário detém uma série de contratos com a prefeitura, que vão desde estacionamento até montagem de palco. Pelo menos, um conflito ético deveria existir aí.
A rádio também teria sede em Iguaba Grande. Falam que, por somente ter autorização para funcionar no município vizinho, não poderia transmitir de Búzios.
Vamos aguardar as informações pedidas ao Ministério das Comunicações.
Companheiro Luiz, essa questão da Rádio Estação 104 ser ou não educativa merece muita atenção. Parabéns por levantar esse debate, pois se a dita Rádio for educativa, ela estaria feriando a legislação do Ministério das Comunicação, que fala categoricamente sobre como deve ser o serviço de Rádio Educativa: Na forma da lei, o serviço de radiodifusão educativa “não tem caráter comercial, sendo vedada a transmissão de qualquer propaganda, direta ou indiretamente, bem como o patrocínio dos programas transmitidos, mesmo que nenhuma propaganda seja feita através dos mesmos.” (Parágrafo único do art. 13 do Decreto-lei nº 236, de 1967). Aguardo ansiosamente as informações que você pediu ao Ministério das Comunicações. Abs: Edson.
De acordo com o Censo de 2010 do IBGE Búzios tinha:
1.430 cabeças - Bovinos
370- Equinos
28- Asininos
25- Muares
684- Suínos
190- Caprinos
540 - Ovinos
2.900- Galos, frangos, frangas e pintos
2.400- Galinhas
4.200-Codornas
185 vacas ordenhadas, produzindo 260 mil litros de leite.
8.000 dúzias de ovos de galinha.
73.000 dúzias de ovos de codorna.
Lavoura
176 toneladas de cachos de bananacolhidas em 15 hectares. Valor: R$ 88.000,00.
100 mil cocos da baía colhidos em 5 hectares. Valor: R$ 100.000,00.
64 toneladas de limão colhidas em 4 hectares. Valor: R$ 58.000,00.
460 toneladas de mandioca colhidas em 46 hectares. Valor: R$ 332.000,00
Meu comentário:
Estes dados são do último censo (2010). Apesar de nossa agropecuária contribuir com menos de 2% (2,449 milhões em um PIB de 1,471 bilhões de reais) ela tem uma importância fundamental na constituição de um cinturão verde na periferia do município. Proposta presente em nosso Plano Diretor. O estímulo à produção da agricultura familiar valorizaria a terra impedindo a favelizaçãodo Além-Pórtico, processo em curso a longo tempo. Se nada for feito, muito em breve a favela do Jardim Esperança vai colar com a Rasa. O descaso dos nossos desgovernos municipais será responsável por isso.
Segundo levantamento feito pelo IBGE em 2006, tínhamos 10 estabelecimentos agropecuários englobando uma área de 1.036 hectares. Destes 14 ha de lavouras permanentes, 448 ha de pastagens naturais, 450 ha de pastagens plantadas em boas condições, 87 ha de matas e/ou florestas naturais destinadas à preservação permanente e 24 ha de construções, benfeitorias ou caminhos. Somente dois estabelecimentos agropecuários tinham tratores, um com menos de 100 cv.
Em 31/12/2006, 45 buzianos (34 homens e 11 mulheres) se dedicavam à produção rural. Apesar do nosso desgoverno atual, a cidade teima em se desenvolver. Hoje, provavelmente, muito mais buzianos se dedicam à agricultura familiar. Vão superando dificuldades e barreiras para teimosamente produzir. Um governo realmente comprometido com a melhoria das condições de vida do povo trabalhador saberia que eles precisam de muito pouco: água, alguns tratores, financiamento, regularização fundiária e um mercadinho do produtor rural. Muito pouco para um município rico!
Todos os leitores do blog estão convidados. Rádio Nova Búzios Online, terça-feira às 16:00 horas, no site www.clickbuzios.com .
Estaremos discutindo, nesta terça-feira, dia 22/11, de 16:00 às 17:00 horas, via Rádio, a AGRICULTURA FAMILIAR de Búzios, com a presença do produtor rural Davi, morador da Vila Verde.
Oi, Luiz, eu gostaria de saber se os agricultores de Búzios têm a prática da compostagem. Várias vezes tentei fazer, mas encontrei inúmeros problemas. Postei no site da câmara um roteiro fácil ensinando como resolver problemas de cheiro e não atrair ratos. Penso que temos que falar muito sobre esse assunto para que se torne uma prática habitual. Os moradores ainda tem o costume de jogar restos de comida junto ao lixo seco. Os cães espalham. E vc já viu como fica a rua. Todo dia tenho que juntar. A coleta é diária, mas o que se espalha, fica.