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Foto Facebook de Carlos Terra |
Alice Passeri vai para o Planejamento. Otavinho volta ao Poder, através de sua "pupila política", com a pasta mais importante da cidade. A especulação imobiliária de Búzios sempre esteve no governo, com Otavinho ou Clemente. Nas eleições polarizadas, cada um apoia um dos favoritos. Nestas eleições, pela primeira vez, os dois perderam com Evandro e Mirinho.
Mesmo assim, Otavinho cavou um espaço.
Carlos Pires, eterno presidente do PC do B de Búzios, assume a pasta da Habitação.
Carlos Terra não vai pra lugar nenhum. Disse-me ontem que torce pra que o governo do Dr. André dê certo, mas que está afastado por incompatibilidade com alguns dos indicados.
Também torço para que o novo governo dê certo. Por pior que ele seja, com certeza será melhor do que o desgoverno atual e o anterior. Não é muito difícil fazer uma administração melhor do que as dos INHOS! Mas Terra tem razão em relação a alguns dos indicados. Acrescento: algumas conversações em andamento do prefeito eleito com pessoas do governo anterior e do atual são deveras preocupante. Mais surpresas ruins devem vir por aí! Afinal, foi pra mudar ou não?
Comentário:
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Cartazes dos filmes do 18º Búzios Cine Festival |
A ideia de realização do festival de cinema foi da produtora cultural Vilma Lustosa da ONG CIMA (Centro de Cultura Informação e Meio Ambiente). Sem dinheiro para terminar a construção de seu cinema, o hoteleiro Mário Paz resolveu procurá-la para fazer uma parceria com a sua ONG com o objetivo de angariar recursos para o garantir o término de sua obra. Foi então que Vilma sugeriu que Mário fizesse um festival de cinema. Isso aconteceu há 18 anos. O Gran Cine Bardot foi concluído e a cidade ganhou um Festival. A parceria Vilma-Mário perdura até hoje.
Os primeiros anos foram de muitas dificuldades. Anibal Fernandes cobrindo o festival para o jornal O Perú Molhado (1ª quinzena, 12/1999) afirmou que a 3ª edição (1998) do Festival de Cinema de Búzios foi "um festival sem pipoca" e a 4ª (1999) "um festival sem estrelas". Em suma, o festival ainda não tinha encontrado a sua cara.
Com o patrocínio do cartão Visa a partir da quarta edição as coisas começaram a andar e o festival, que começou no Gran Cine Bardot, saiu da sala de exibição e se expandiu para os bairros, ganhando suas praças. Inicialmente, a Praça Santos Dumont, depois a Praça da Rasa, chegando à Praça de São José. Inclusive, a abertura da 12º Festival (2006) se deu nesta praça atendendo a pedido do prefeito Toninho Branco. O festival chegou à 14ª edição (2008) "com prestígio internacional e um público que, ano após ano", crescia "nas cadeiras e esteiras estendidas nas praças a cada sessão" (Buziano, 22/11/08).
Com a saída da patrocinadora Claro, o festival decaiu, em termos de público, nestes dois últimos anos.
A Prefeitura novamente socorreu o evento, mas só entrou com 75 mil reais de patrocínio no ano passado. Entretanto, desembolsou 600 mil reais para a festa da cidade, mostrando claramente que Cultura não é e nem nunca foi prioridade para os governos dos Inhos. Como consequência, o cinema na praça ficou restrito a duas noites de exibição e a uma única praça, a Santos Dumont. Perde o festival, perde a população de Búzios, perde a Cultura. Retrocedemos a um festival "sem pipoca" e "sem estrelas" dos primórdios. As exibições de filmes ao ar livre nas praças de Búzios atraíam muitos moradores dos bairros mais distantes, do além pórtico. Por seu caráter lúdico e apaixonante, o cinema poderia criar novos hábitos culturais entre esses espectadores.
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O Consul da Argentina e Mário Paz, ao fundo |
Até mesmo a presença de gente famosa diminuiu. Com isso, perdemos também em mídia gerada por eles. Não se viu mais tanto vai e vem de atores famosos como em edições anteriores. Este ano, tivemos a presença da atriz brasileira Ingrid Guimarães e a argentina Graciela Borges. Sempre esperada, desde o 1º Festival, Vera Fischer mais uma vez não compareceu. Já passaram pelo festival, em suas várias edições, Cristiane Torloni, Paulo Betti, Fernandinha Montenegro, Malu Mader, Marcos Palmeira, Maitê Proença, Marieta Severo, Murilo Benício, Cléo Pires, Selton Mello, Reinaldo Gianecchini, Priscila Fantin, Bruna Lombardi, Carlos Alberto Riccelli, etc. Citando apenas as estrelas nacionais.
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Ingrid Guimarães, foto blog da prefeitura |
Apesar dos problemas que atravessa, o Búzios Cine Festival é o principal evento cultural da cidade. Em uma cidade carente de eventos culturais isso não é pouco. Pouca gente sabe mas o Festival só ocorre porque paralelamente a ele acontece um outro evento, o Show Búzios - o maior encontro do mercado brasileiro de produtores e exibidores de filmes. Já está em sua 11ª edição. É um encontro onde os distribuidores apresentam (showroom com trailers e campanhas) para os exibidores- donos das mais importantes salas de cinema do país- os filmes que irão entrar no circuito comercial do próximo ano. Os dois segmentos negociam quais filmes serão lançados no verão ou aqueles que só entrarão em cartaz seis meses depois. Têm filmes que passam no Festival e que não entram no circuito comercial passando direto para DVD. Segundo Mário Paz: "O que antes eles realizavam nas suas sedes, no Rio e São Paulo, hoje se juntam em Búzios e fazem negócios. Ou seja, os negócios mais importantes para o mercado brasileiro de cinema se realizam em Búzios. Isso é definitivamente o Festival e como consequência disso, temos filmes sendo lançados em Búzios" (OPM, 24/11/06).
Nesses 18 anos de Festival já devem ter sido exibidos mais de 200 filmes, entre longa-metragens inéditos em circuito comercial e sucessos em festivais recentes no Brasil e no exterior. Mário Paz, idealizador do evento e maior cinéfilo da cidade, relacionou para o jornal O Perú Molhado (21/11/08), os momentos inesquecíveis do Festival. Todos os filmes citados foram exibidos na Praça Santos Dumont: 1) "Cinema Paradiso" no 1º Festival; 2) a avant-premier para toda a América Latina do filme 007; e 3) "Titanic".
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Lounge montado em frente da Pousada Vila do Mar |
Contraditoriamente, enquanto o Festival diminuiu quanto ao número de espectadores, de filmes e presença de famosos, o Show Búzios está cada vez maior. Segundo Vilma Lustosa, uma das realizadoras do Festival, "o número de participantes cresceu muito. Hoje, 95% das distribuidoras e 90% das redes de exibição do Brasil estão participando do Show Búzios" (OPM, 24/11/12). Consequentemente se faz necessário um "espaço maior para receber todos os participantes". Tanto Vilma como Mário defendem que a Prefeitura construa um Centro Cultural para sediar e receber todos os grandes eventos culturais da cidade. Por sinal, no programa de governo do Dr. André está prevista a construção de um "Centro Cultural Multiuso, dotando-o de teatro e cinema, contemplando Búzios com cultura e arte". E, no que se refere a cinema, "promover o Festival de Cinema e implantar a Cidade Cinematográfica".
Sobre a Cidade Cinematográfica falaremos em outro post. Mas, se o prefeito eleito construir mesmo um Centro Cultural, já terá realizado um grande feito. A Cultura de Búzios nunca teve um teto. É "sem teto" (créditos pra Chiquinho). Realmente está precisando muito de um lar para poder receber os eventos culturais.
Comentários:
Não se espante se eles continuarem na sombra do boi, neste novo governo.