Terça-feira, 02.11.10
Agradeço o convite do Luiz do PT para submeter textos para publicação, tendo eu sugerido, para iniciar, um texto com uma explicação sobre o resultado da eleição para presidente da República. É uma das muitas que o leitor irá ouvir, ler. Tem ela, porém, a ver com um componente estrutural que define de uma maneira geral o nível de desenvolvimento em duas grandes regiões em que o Brasil se divide.
Na edição de 01/11 o Luiz do PT fez perguntas interessantes, especulando se fatores como empenho dos prefeitos, força ou fraqueza do PT, crença religiosa e talvez outros não citados, teriam influído na maneira como votaram os eleitores nos municípios da Região dos Lagos e cercanias.
Dos dois mapas anexos o da esquerda resultou de um estudo realizado na década de 1970, reconfirmado nos finais das décadas de 1980 e 1990. São inúmeros os dados técnicos, que não cabe citar, mas se pode resumir o objetivo dos estudos com a seguinte pergunta: “Se igualdade de oportunidade para sucesso é a mesma em todo o território nacional, em qual região essa oportunidade ocorre com maior probabilidade?”.
Probabilidade é uma medida que varia de 0 a 1, ou de 0% a 100% e o leitor poderia especular sobre isso fazendo a seguinte pergunta: “Se pretendo abrir meu próprio negócio, ou ter acesso a bons hospitais, educação para meus filhos, etc. em que região do país eu me localizaria?”. Usando um modelo matemático que combinou um grande número de informações associadas às questões como as mencionadas, o mapa que se obtém e que vem se mantendo o mesmo desde a década de 1970 é o da esquerda. O mapa da direita destaca em vermelho os estados onde Dilma venceu
O que se pode concluir, a grosso modo, é que a maneira como um eleitor votou foi influenciada pela percepção que tem de “igualdade de oportunidade”. O mais interessante é que essa percepção não pode ser numericamente medida e, mais interessante ainda, é subliminar. Ou seja, geralmente as pessoas não se orientam de maneira objetiva ao tomarem decisões. As coisas ocorrem, muitas vezes, como no caso de alguém que não sente sede, mas ao olhar um anúncio mostrando uma garrafa de refrigerante, é movido(a) a entrar em um bar e comprar o refrigerante.
Todos nós, brasileiros, temos a percepção de como “é o Brasil”, captando-a em anúncios, livros, jornais, na TV, ouvindo o rádio, ou visitando lugares. É a partir do acúmulo e processamento dessas informações, geralmente inconsciente, que adquirimos uma imagem daquela percepção. Na escolha em quem votar, quer parecer ser ela associada ao candidato a quem se atribui um maior peso quanto à sua capacidade de contribuir para a conquista de objetivos individuais. Lembremos: os candidatos prometeram exatamente as mesmas coisas: melhores escolas, mais hospitais, mais segurança, etc.
Portanto, de um modo geral, um eleitor talvez tenha votado - e observe o leitor a ressalva “talvez” - na Região dos Lagos muito mais influenciado pela percepção do que o Brasil significa para ele em termos de “igualdade de oportunidade” para alcançar seus objetivos individuais do que pela sua crença religiosa, empenho do prefeito, força ou fraqueza de um partido político.
Quer parecer que a semelhança dos mapas não é mera coincidência. É coisa como a história de que em diz “não acredito em fantasmas, mas talvez existam”.
Ernesto Lindgren
01/11/2010
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Domingo, 31.10.10
Brasil: Dilma = 55 milhões de votos (56%); Serra = 43 milhões (44%).
Estado do Rio de Janeiro: Dilma = 4. 934.077 (60,48%); Serra = 3.223.891 (39,52%)
Apesar de ter ganho no Brasil com mais de 56% e no Rio de Janeiro com mais de 60%, Dilma perde em 7 dos 9 municípios da Baixada Litorânea. Só ganha em Rio das Ostras (22.113 X 19.463) e Saquarema (19.339 X 17.900). Perdeu em Armação dos Búzios (8.122 X 6.682), Arraial do Cabo (8.943 X 7.169), Araruama (31.912 X 24.381), Cabo Frio (49.667 X 37.615), Casimiro de Abreu (9.314 X 8.130), Iguaba Grande (6.645 X 5.919) e São Pedro da Aldeia (18.858 X 17862).
Como explicar isso? A força das religiões evangélicas na Região? O evangelhismo não é forte em Rio das Ostras e Saquarema? Ou faltou empenho dos prefeitos dos outros municípios? Contribuiu também para a derrota de Dilma a fraqueza do PT nessas cidades? Em Maricá, onde o prefeito é do PT, Dilma ganhou por 31.126 a 22.709. Lá o protestantismo não é forte? Quem se interessa por política ou faz política nestes municípios, têm que responder a estas perguntas para saber a realidade onde está pisando.
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Quinta-feira, 02.09.10
"Não dá para entender a política no Brasil! José Serra querer culpar a candidata Dilma e sua coordenadoría de campanha no escândalo de vazamento de informações sobre as declarações da Receita Federal ( a filha do Serra é uma das que tiveram o sigilo quebrado ) é no mínimo, leviano.
Jose Serra disse, em entrevista, que o que a Dilma quer fazer com ele foi o que o Collor fez com o Lula nas eleições de 1989. Ora veja: Collor e Lula estavam quase que empatados técnicamente, enquanto Dilma tem 51 por cento das intenções de voto e o Serra 37 por cento. Não tería o por que de fazer isso.
Escândalos envolvendo o governo, é bem mais cômodo que seja resolvido logo, bem antes das eleições, e mais vantajoso que termine para quem está sendo acusado e não o acusador. O que vemos é que o povo do PSDB quer que isso dê " pano pra manga " , para formentar isso em seus horários eleitorais, já que não possuem forças para derrotar a Dilma. Enquanto isso, o governo e a candidata querem que isso seja resolvido o quanto antes.
José Serra procura colocar a sua imagem junto com a do LULA, sua música cita o nome do Lula, o Bolsa Família, que pra eles era o Bolsa Esmola, agora será mantido e ampliado! Seu programa agora tenta ser o mais povão possível...tudo em vão!
E o pior, mas não menos esperado, é que a emissora que se desenvolveu na ditadura, que influencia infelizmente milhões de pessoas, que possui toda uma grade de programação voltada para um determinado grupo de pessoas, apóia esse candidato, e suas reportagens são de dar nojo a qualquer pessoa que seja esclarecida do que esteja acontecendo. Fazem alarde com reportagens que nada mais são do que suspeitas, suposições, ou, plantam uma situação perante a um problema sem saber realmente quais são os culpados. Resumindo, para alguns milhões de telespectadores, a Globo julga e condena, sem esperar que a justiça seja feita.
A canalhice dessa emissora é tanta que, na comemoração do centenário do Corínthians, no Jornal da Globo, veicularam a reportagem no nascimento da primeira corinthiana no centenário! Que lindo né? Mas, não veicularam a baderna que a torcida do Corinthians fez nas ruas de São Paulo, com muita violência, roubos, e o atropelamento seguido de morte, de uma torcedora ( Amanda ) do próprio Clube pelo ônibus do Corinthians.
Temos que prestar muita atenção em tudo o que é veiculado, não só na Globo, mas em todas as emissoras de tv. Para isso nossa leitura precisa ser ampla, em todas as fontes. Saudações".
Willy Caolho.
2 de setembro de 2010 01:36
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