|
Carlos Terra, foto do Facebook |
Bons ventos trazem de volta ao Brasil a sensação de que a Justiça existe e seu Código de Leis também, tal qual seu símbolo de balança na mão e olhos vendados sugere. O motivo dessas linhas é perceber o quanto de desconforto este caminho de retorno à normalidade do convívio social, semeia no ambiente dos infratores contumazes, cujo hábito de transgredir o que está combinado, fez parecer que podiam transitar livremente na ilegalidade, sem serem molestados, elegendo a impunidade dos poderosos com uma das feridas que fazia sangrar e debilitava de morte este País maravilhoso.
Impressionante é que a reação dos criminosos contrariados não se dá contra o texto legal, a Lei propriamente dita, mas sempre contra os agentes que, por mérito a sociedade contratou para aplicá-la. Assim se dá porque esses agentes, seres humanos, são muito mais frágeis e suscetíveis de agressões e suspeitas do que o Código que lhes foi confiado aplicar. De tempos para cá, a Magistratura Brasileira, que flagrantemente reassume as rédeas de suas funções, sofre ataques corporativos orquestrados pelos revoltados com o retorno das regras que deles retira prestígio, poder e dinheiro. Não é outra a razão da enorme polêmica que cercou o STF – Superior Tribunal Federal - quando julgou os homens politicamente mais poderosos do Brasil e os condenou, à frente de toda população brasileira, revelando seus ilícitos, desmoralizando-os ao privá-los da liberdade.
Vale lembrar que o homem ao decidir fazer valer sua natureza gregária, reuniu-se em grupos que em decorrência de seu crescimento, exigiram proteção contra agressões externas, além da disciplina e ordem intragrupo. Essa disciplina e ordem dentro da sociedade grupal são reguladas por um código de conduta que estabelece o que o consenso considera válido e o que transgride. Foi assim que o homem criou o Estado tal qual conhecemos hoje, muito mais complexo do que nos seus primórdios, a ponto de alguns questionarem quem nasceu antes, o homem ou o Estado. De notar que o homem ao criar as regras do Estado, tinha como objetivo, exclusivamente, segurança contra agressões externas e regras definidas de convívio social, surgindo daí o conceito de Segurança, Lei e Justiça, tal qual o conhecemos hoje. Não faz nenhum sentido, portanto, a rebelião daqueles que, alcançados pela mão pesada da justiça em consequência dos seus desvios da ordem constituída, se rebelam contra os delegados encarregados de observar a aplicação de tais regras, eis que, remunerados para tanto.
Viajei no tempo, na evolução do homem como animal social para chegar a Búzios de nossos tempos, nessa outrora pacata vila de pescadores, agora uma adolescente, que aos dezessete anos abriga uma sociedade diversificada e miscigenada que fazem dela um contexto de grande complexidade. Por incrível que possa parecer, a ausência da Justiça, acostumou os homens públicos rudimentares de nossa cidade, face à total impunidade diante da Lei, que a normalidade não estava restrita por nenhum enquadramento, que a legalidade de seus atos estava atrelada somente aos seus interesses pessoais mais imediatos, conduta que permitiu ao CNJ – Conselho Nacional de Justiça, exumar 36 processos dos porões da Comarca de Búzios, trazendo luz sobre eles que agora começam a produzir os efeitos que deveriam ter ocorrido anos atrás, dando razão à crença popular de que “ a Justiça tarda mas não falha”. A nova realidade decorrente da ação de jovens Magistrados, que fazem acontecer o que deles se espera, evidentemente contraria, revolta e cria nos atingidos pelo efeito de seus malfeitos, uma reação que pretende deslustrar e comprometer a imagem desses Magistrados perante à população. A consagração que mereceu a Dra. Alessandra na cerimônia de Diplomação, mostrou que fracassaram até aqui.
Escrevi anteriormente algumas matérias em que saudava a presença desses Magistrados entre nós,creditando-lhes o retorno da esperança de que os direitos da cidadania e a prevalência do Estado de Direito, agora desimpediam o caminho do nosso futuro. Tenho certeza que a demolição de uma dinastia perversa, representada pela continuidade de Mirinho Braga no poder, teve como artíficie principal, determinante, sua desmoralização pública quando foi desmascarado, desnudado de sua hipocrisia revoltante em decorrência de diversas condenações que cassaram seus direitos políticos, seu cargo público e seu patrimônio.
Outros personagens que ocupavam espaços face à omissão da justiça, também foram catapultados por decisões judiciais para longe do que é público, cujo Tesouro sempre foi a vítima preferida. Claro que esse degredo fere fundo o ego, a megalomania, a soberba e a pretensão de continuidade que esses cupins sociais pretendiam eternizar, diante da até então total omissão do Judiciário.
Levanto aqui a minha voz para lançar luz sobre a questão e dar sentido e origem às agressões, ofensas e injúrias, quando Ruy Borba, surgido das trevas, maléfico e repugnante, lança por todos os meios injúrias e invencionices despropositadas, carregadas de veneno e ódio, justamente contra aqueles que representam o retorno da normalidade nas relações institucionais, estabilidade esta que representava a maior carência de nossa combalida sociedade buziana. Convoco o povo de Búzios e de todos aqueles que se ocupam rotineiramente das mídias sociais a formar um grande mutirão, um exército de justos, para repudiar veementemente os devaneios desse cidadão que, despropositadamente se considera terceiro melhor currículo deste País, inferior somente ao de dois ministros do STF- Supremo Tribunal Federal, até fazer calar de vez suas manifestações.
Parodiando o Rei Juan Carlos pergunto, com mais veemência do que ele: “POR QUE NÃO TE CALAS?”.
Carlos Terra
Pecuarista
Comentários no Facebook: