Os Festivais de Cinema de Búzios normalmente consumiam R$ 75.000,00 de nossos recursos como cota de patrocínio. Tanto Mirinho quanto Toninho disponibilizavam os recursos para pagamento dos serviços de divulgação e comercialização para que os festivais acontecessem.
Para surpresa de todos, o novo governo André multiplicou estes recursos por cinco, elevando a cota de patrocínio para R$ 393.000,00. Desta vez, os serviços foram divididos em serviços de divulgação e comercialização, e serviços de produção/execução. Os primeiros, aqueles que verdadeiramente podem ser enquadrados como patrocínio, custaram R$ 97.100,00. Os de produção, R$ 295.900,00.
Mesmo entre as despesas de divulgação, chamam a atenção dez mil reais gastos com a criação do "site" "buzioscinefestival", outros dez mil gastos com "criação" do Festival e 8 mil reais com "assessoria de imprensa".
Mas o que causa grande estranheza são os gastos com a produção propriamente dita do evento realizados pela ONG CIMA - Centro de Cultura Informação e Meio Ambiente.
Oitenta e cinco privilegiados se hospedaram em Búzios durante os cinco dias do Festival consumindo 425 diárias de hospedagem a R$ 230,00 cada uma, totalizando R$ 97.750,00, pagas integralmente com dinheiro público.
Se não bastasse isso, também os alimentamos. Pagamos 600 refeições a 23,50 cada uma para alimentá-los durante o Festival. Mais R$ 14.100,00 de nosso rico dinheirinho público.
Como bons anfitriões, disponibilizamos 12 veículos para que eles pudessem se deslocar a vontade pela cidade durante o Festival. Mais R$ 15.600,00 de nosso rico dinheirinho.
Como o dinheiro é da viúva- por sinal muito rica e benevolente com os amigos- resolvemos pagar muito bem, claro que com dinheiro público, os "trabalhadores do festival".
Pagamos R$ 2.000,00 por dia para a "produção executiva" (total dos 5 dias: R$ 10.000,00);
R$ 1.600,00 por dia para 1 diretor de produção (total dos 5 dias: R$ 8.000,00);
R$ 400,00 por dia para a "assistente de produção" (total dos 5 dias: R$ 2.000,00);
R$ 779,00 por dia para o "produtor" (total dos 5 dias: R$ 3.895,00);
R$ 400,00 por dia para 2 "coordenadores de programação" (total dos 5 dias: R$ 4.000,00);
R$ 440,00 por dia para 1 "assistente de coordenador de programação" (total dos 5 dias: R$ 2.200,00) (observação: reparem que o assistente ganha mais que o coordenador);
R$ 700,00 por dia para fotógrafo (total dos 5 dias: R$ 3.500,00);
R$ 560,00 por dia para 2 coordenadores do receptivo (total dos 5 dias: R$ 5.600,00);
R$ 240,00 por dia para 2 apresentadores (total dos 5 dias: R$ 2.400,00);
R$ 150,00 por dia para 3 recepcionistas (total dos 5 dias: R$ 2.250,00);
R$ 2.000,00 por dia para 1 designer gráfico (total dos 5 dias: R$ 10.000,00).
Benevolência pouca é bobagem. Também pagamos muito bem pelo aluguel de equipamentos. Dos equipamentos usados ao ar livre, pagamos pela projeção R$ 4.400,00 por dia (total dos cinco dias: R$ 22.000,00); pela sonorização, R$ 2.160,00 (R$ 10.800,00); telão, R$2.400,00( R$ 12.000,00); montagem/desmontagem, R$ 1.200,00 (R$ 6.000,00).
Dos equipamentos usados no Cine Bardot, pagamos por quatro equipamentos de sonorização R$ 473,50 por dia por cada um (total nos cinco dias: R$ 9.470,00); 4 de iluminação, R 365,75 por dia (R$ 7.315,00); 4 equipamentos digitais de transmissão, 660,00 por dia (R$ 13.200,00).
Conclusão: O Festival de Cinema de Búzios, evento importante do ponto de vista cultural e que faz parte do nosso calendário de eventos, foi transformado pela nova administração municipal em um grande convescote particular pago com dinheiro público!
Observação: o novo valor de patrocínio do Festival de Cinema me induziu a supor que a estátua do Woody Allen exibida no bar-restaurante do cinema estivesse incluída entre as despesas. Se assim fosse ela seria uma estátua "pública". Hector novo administrador do espaço disse no Facebook que a estátua é sua. Mil perdões, Hector! Corrijo: a estátua do Woody Allen não é pública. Ela tem dono. É do Hector!