E agora, Nani?
A festa acabou em 2008, no dia 31/12/2008.
A luz apagou porque seu governo não pagou a conta. Até hoje estamos devendo à AMPLA.
O povo sumiu porque Nani não fez nada do que prometeu.
E agora, Nani?
e agora, você?
Você que é sem nome,
que zomba dos outros achando que sabe tudo.
E agora, Nani?
Está sem discurso. Cadê Paulo Melo que Nani trouxe para romper o cordão umbilical com Cabo Frio? Só lhe resta procurar o Zézinho Bonifácio.
Está sem carinho. Nani quer dar seu apoio a alguém mas não deixam ele aparecer. Ninguém quer andar em lugar público com ele. Quanta solidão, Nani!
O bonde não veio. Nani está parado em 2008 procurando outro Toninho Branco para usar. Mas o bonde já passou faz tempo.
O riso não veio porque naquele jornal que você deu entrevista ninguém ri. Eles levam uma triste vida de ódio e interesses mesquinhos.
Não veio a utopia porque ela é feita de sonhos coletivos. E esse sonho você nunca sonhou.
E tudo acabou. Seu partido acabou porque não ficou ninguém nele. Só restaram você e Octavinho.
E tudo fugiu. Todo seu grupo político ficou com o seu desafeto, menos um, Otavinho, que não se sabe quanto tempo vai ficar com você.
E tudo mofou porque Nani voltou para os braços do atraso que nos desgoverna.
E agora, Nani?
E agora, Nani?
Sua lavra de ouro está pronta. Este é o seu legado da passagem pelo governo: a construção de uma boate de três andares, usando areia da praia do Canto e jogando entulho no mar. Você e seu grupo político tudo podiam, não é, Nani?
Sua incoerência o faz retirar tudo o que disse do seu desafeto atual há pouco tempo atrás. O desafeto antigo vai virar santo brevemente.
Seu ódio - e agora? Sobrou até pra ACEB. Que vergonha, Nani, você pegou de volta as TVs que tinha doado para a associação! O ódio era tanto que a TV maior caiu e espatifou-se!
Quer morrer no mar,
mas o mar secoucom o entulho da obra da sua boate que você jogou nele.
Nani, e agora?
Se você gritasse,
se você gemesse,
se você tocasse
a valsa vienense,
se você dormisse,
se você cansasse,
se você morresse...
Mas você não morre,
você é duro, Nani!
Sozinho no escuro
qual bicho-do-mato,
sem teogonia,
sem parede nua
para se encostar,
sem cavalo preto
que fuja a galope,
você marcha, Nani!
Nani, para onde?Observação: adaptação livre à realidade política de Armação dos Búzios do poema "E agora, José?", de Carlos Drummond de Andrade.
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