Janyck Daudet, presidente do Club Med para a América Latina, repetiu para o prefeito, na reunião realizada em 17/09/2013, o que Amaral vem anunciando desde 2007, mas o prefeito não solicitou comprovação formal de que um Club Med seria construído no Peró, ao custo de US$70 milhões (R$154 milhões) que se tem anunciado como um investimento do Club Med.
Para esclarecer a controvérsia este colunista enviou e-mails para a Fosun International e para a AXA Private Equity, que desde 27/06/2013 controlam 92% do Club Med, solicitando informações. A AXA ainda não respondeu, mas em nota distribuída à imprensa apenas faz referência à parceira com a Fosun na compra d Club Med. A Fosun enviou o endereço do link onde constam as informações.
Em artigo publicado em 01/06/2011, nesta coluna, “Acionistas no Peró desistem do Club Med” anunciou-se que o empreendimento não mais constava da pauta de expansão da empresa, no Brasil, determinante sendo a participação da Fuson International no seu gerenciamento.
O relatório “Interim Results 2013” esclarece o que ocorreu. Em 2009 o Club Med teve um prejuízo de R$160 milhões. Em 2010 a Fosun investiu R$123 milhões e o prejuízo caiu para R$52 milhões. Em 2011 teve lucro de R$6 milhões, que se repetiu em 2012 em razão de investimentos na China, construindo o Club Med Yabuli, que opera desde 2011 e o Club Med Guilin, inaugurado em agosto passado. Já sob o controle da Fosun e da AXA o lucro em 2013 já é de R$54 milhões. Outros três resorts serão construídos na China até 2015 e não há referência para construção de outros resorts em qualquer outro país. Investimentos no Brasil se limitarão a aumentar, até 2015, as vendas nos resorts em Itaparica, Rio das Pedras e Trancoso.
A credibilidade do Sr. Ricardo Amaral fica comprometida uma vez que não procura esclarecer a origem dos US$70 milhões (R$154 milhões), mas que se divulga como sendo do Club Med. Ignora-se que esse investimento seria direcionado para a construção de um único resort enquanto que a Fosun investiu R$123 milhões para recuperar uma empresa que opera 71 resorts. A coisa não faz sentido.
Obras estão em andamento no Peró, mas sem conhecimento, aval e suporte financeiro da Fosun, da AXA ou dos 400 gerentes do Club Med que detêm, apenas, 8% do seu controle.
Ernesto Lindgren
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