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Espaço de discussão dos acontecimentos políticos de Armação dos Búzios


Quinta-feira, 24.02.11

Golpismo

Adilson da Rasa (*)
O prefeito de Búzios, Mirinho Braga, decidiu trilhar um caminho perigoso ao colocar o governo em rota de colisão com o Legislativo, após a histórica derrota na Câmara imposta por ex-aliados. O discurso do prefeito tem extrapolado a revolta contra o chamado G-5 e se transformado num ato contra o Legislativo que beira ao golpismo.
Mirinho governou a cidade, nos últimos dois anos, sem qualquer interferência da Câmara, ignorou a oposição e até os aliados mas, agora, quando os vereadores decidem fiscalizar as ações do governo o prefeito rompe o silêncio e mobiliza a tropa de choque do governo para acusar a Câmara e, principalmente, os vereadores que decidiram dar um basta nas pretensões do prefeito de governar sozinho.
Mirinho — parece querer se transformar numa espécie de ditador da república das bananas — tem revelado, com destempero, que não sabe governar com oposição e muito menos administrar crises. O prefeito deixa claro que não gosta de ser contrariado, por isso, se recusa a debater, abertamente, as questões mais preementes de Búzios que precisam ser discutidas. Ele se acha um gênio, acima do bem e do mal mas vive cercado por auliscistas que ele pensa ser aliados mas, na verdade, são aliados do poder... gente que amanhã vai posar, sorridente, para a foto ao lado do próximo prefeito, porque não se pode esperar muito de quem não tem coragem nem de sair do armário e se assumir.
O joguinho de Mirinho é colocar o povo contra a Câmara, é tentar ser a vítima do processo para esconder o governo desastroso e as relações perigosas que mantém com o secretário Rui Borba numa verdadeira "bacia das almas". Os vereadores da Câmara Municipal de Búzios, mais do que nunca, precisam estar atentos e dizer ao prefeito que a cidade precisa é de trabalho, de transparência, de seriedade e, principalmente, que o poder Legislativo não vai se curvar diante das intrigas golpistas de um prefeito prepotente e incompetente que não tem demonstrado compromisso com o povo buziano; que passou os últimos dois anos transformando a prefeitura de Búzios numa ação entre os amigos que financiaram a campanha.
A Câmara de Búzios e o G5 que o prefeito tenta ridicularizar devem ser uma trincheira do povo contra os desmandos do governo e contra a falta de transparência com o dinheiro público.
O povo buziano está diante de um novo momento de sua história, que vai além dos desejos e das pretensões pessoais dos políticos que tem se alternado no poder. A Câmara Municipal de Búzios tem, agora, a responsabilidade de capitanear a participação de todos para o processo de ampla discussão e busca de soluções para os principais problemas da cidade que não são poucos: saúde, educação, saneamento, transporte, segurança...
A Câmara de Búzios deu um basta na omissão e retomou a própria história, agora, precisa ampliar a participação popular que deve envolver todos os buzianos no processo de transformação e resgate da cidade. Búzios ainda pode ser salva, apesar dos aventureiros, dos mentirosos e dos golpistas.
(*) ex-vereador de Búzios

Texto publicado no Jornal Interpress de 14/02/2011

 

Comentários:

1) Julio Medeiros disse...
Grande Luiz!
Muito bom o texto, pena que perde a total credibilidade quando o autor se identifica como Adílson da Rasa que até alguns meses atrás defendia com unhas e dentes, não o governo, mas o Prefeito Mirinho Braga.
Abraço

361

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por ipbuzios às 20:34

Terça-feira, 23.11.10

Valeu a pena ? II

Durante a campanha pela emancipação, apenas uma pessoa em Búzios teve coragem de remar contra a maré. Enquanto 96% dos buzianos trabalhavam pelo SIM, Adilson da Rasa pregava o NÃO. Foi vencido, mas até hoje acha que estava certo. 
"Na maioria dos casos, os processos de emancipação só interessam aos políticos que sonham em conseguir uma boquinha no novo município. É assim no Brasil inteiro e não poderia ser diferente em Búzios. Tudo o que queriam era cuidar da própria vida. Depois de quinze anos de emancipação a cidade só piorou. Está mais violenta, mais suja, mais destruída, mais inchada. A cidade fede de ponta a ponta. A única coisa que melhorou foi o padrão de vida dos políticos da cidade. Gente que não teria a menor chance de ser alguém sem as tetas da prefeitura. Um bando de analfabetos preguiçosos. Ficaram ricos com a emancipação. Prefeitos, vereadores, parentes, amigos e empreiteiros se deram muito bem. Já o povo se ferrou." 
A mentira da emancipação, segundo Adilson, trouxe uma maldição para a cidade. Separamo-nos  administrativamente de Cabo Frio mas nunca politicamente. Nos dois primeiros mandatos de Mirinho, seu amigo e tutor político José Bonifácio agasalhou centenas de cabo-frienses incompetentes na prefeitura de Búzios. Com a vitória de Toninho, foi a vez de Alair Corrêa trazer seus apaniguados para cá. Volta Mirinho e nada muda. Desta vez o prefeito de Búzios importou de Cabo Frio seu novo amigo político derrotado nas urnas, Jânio Mendes, que traz consigo seu  entourage. Essa conta é paga com os impostos dos buzianos. O mote "Chega de carregar Cabo Frio nas costas" nunca foi tão atual. Para Adilson, tá na hora de começar outro processo de emancipação.  
"O atual prefeito fala tanto em educação. Diz que a educação de Búzios é ótima, mas seus filhos jamais estudaram em escola pública. Mesma coisa com a saúde. os políticos só confiam em escola e clínica particular. Nunca emancipamos de Cabo frio de verdade... O dinheiro e os empregos de Búzios estão indo embora. Isso é um crime. Uma total falta de responsabilidade. A emancipação não foi benéfica para Búzios." (O Perú Molhado, 12/12/2010)  
Nosso comentário:  
Não se trata de ser contra a emancipação. Havia um desejo sincero de ampla parcela do povo buziano de se emancipar de Cabo Frio. Buscavam-se melhores condições de vida que, na condição de terceiro distrito, ficara claro que nunca se alcançaria. O problema foi a repetição aqui da forma de fazer política da ex-metrópole. A política de lá era excludente, clientelista, assistencialista. Chegava-se  a instituir quase uma oligarquia. O que vai ficando cada vez mais claro para a imensa maioria da população buziana é que é preciso mudar, romper a dicotomia Mirinho-Toninho, buscar novas formas de fazer política. Diferentemente dos intelectuais que pensam saber os caminhos que se devam tomar, a maioria dos trabalhadores de Búzios vai descobrir o seu caminho, experimentando, fazendo suas escolhas, mesmo que erradas. Primeiro, votou em Mirinho. Em seguida, o reelegeu. Não votou em sua candidata. Experimentou a mudança. Viu que quebrou a cara. Voltou para o porto seguro do conhecido Mirinho. Viu que quebrou a cara mais uma vez. Em todas estas votações renovou sempre, com um índice alto para a região, a câmara de vereadores. Nunca reelegeu um vereador derrotado. Cabe aos militantes políticos auscultar essas pulsações no coração do povo buziano.

Ver: "Valeu a pena? I"
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por ipbuzios às 00:14


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