Esforcei-me para entender a origem da expressão “falsos burgueses”, utilizada pelo atual prefeito, em recente entrevista, que circula na internet. Sinceramente não consegui. Mirinho acusa de “falsos burgueses” àqueles que questionam a liberação de quantidade assustadora de barracas, na Orla Bardot, para a venda de mercadorias, como cangas, óculos, chapéus, biquínis, entre outros produtos. Considerando que não existe “falsa burguesia” (ou se é ou não burguês), não se pode esquecer que a burguesia é parte da população brasileira, assim como os operários e demais segmentos. Somente no Brasil, governantes, que não respeitam cidadãos, desqualificam os que questionam seus atos, tentando igualar os questionadores a uma classe social que, historicamente, não tem afinidade com as causas populares, ou seja, os burgueses. O populismo impera, nessas horas, porque povo brasileiro NÃO é sinônimo de camada social abaixo da linha de pobreza. A pobreza dessa visão é que assusta a todos.Diz o Prefeito o seguinte: “A falsa burguesia quer acabar e eu não vou piorar a situação de vida dessa gente colocando um chefe de família ou uma mulher ao relento. O que temos que fazer é organizar e padronizar. Mas não há pressão que me faça tirar daquelas famílias buzianas o seu sustento.”
Por que a Prefeitura ainda não concluiu o Mercado do Artesão??
O prefeito Mirinho Braga tem o dever de realizar atos grandiosos em prol da família buziana, para que ela tenha seu sustento. Mas, como todo governante, está pressionado a fazê-lo, respeitando a legislação do Município que governa. Liberar aquela quantidade de barracas na Orla Bardot ultrapassa o desejo de seu magnânimo coração. A filantropia cabe à pessoa, Mirinho Braga. Já a administração pública está para o Prefeito. Dessa forma, o Prefeito tem o dever e a obrigação de respeitar o Código de Posturas de seu Município, que proíbe a ocupação de calçadas, bem como, o Plano Diretor que rege as leis urbanísticas de seu Município, que prioriza o pedestre. Além disso, o prefeito Mirinho Braga tem que governar de acordo com a legislação de trânsito, que também proíbe ocupação de calçadas. Contudo, não é isso que temos visto, em Búzios. Do pobre ao rico, ou seja, o burguês, a Prefeitura é omissa, em relação à ocupação de calçadas, e temos assistido a ocupações inaceitáveis. É a própria Prefeitura, em boa parte dos casos, que ocupa calçadas, quando libera comércio, a parada da Autoviação 1001, em cima de uma calçada, além de transformar calçadas em estacionamento, tudo em benefício do bolso de particulares.
Não é o burguês que quer ou deixa de querer. É a lei que manda
Portanto, enquanto Prefeito, o Sr. Mirinho Braga não pode, pela legislação de seu Município, liberar aquela quantidade de barracas, na orla Bardot. Não é o burguês que quer, são as leis que mandam. Mas, enquanto Prefeito, tem a obrigação de investir em ações que garantirão o sustento das famílias de Búzios, como quer seu magnânimo coração. Aliás, já deveria ter feito isso, desde o início de seu governo, simplesmente, cumprindo suas promessas de campanha, tais como: fazer funcionar a Zona de Negócios Ecológicos, reduzindo o ISS, para atrair empresas não poluidoras, para a cidade, bem como incentivando a criação de cooperativas; poderia destinar algumas áreas de Búzios a campus universitários, cujas graduações tivessem a ver com o patrimônio natural da cidade, como geologia, entre outras; investir recursos nas áreas que foram, recentemente, transformadas em parques estaduais, abrindo uma frente enorme de empregos sustentáveis; rever os contratos de coleta de lixo, investindo na coleta seletiva; construir mais creches; construir a escola de hotelaria, e, principalmente, CONCLUIR A OBRA DA CASA DO ARTESÃO.
Há tempos que temos sentido por este Prefeito que aí está o mesmo que sentíamos pelo anterior: a mais viva repulsa. Dando continuidade às asneiras, a história de que foi a oposição que rasgou e espalhou lixo pela cidade, no Réveillon, para desmoralizá-lo. Poupe-nos, pobre, homem, de sua desonra!!!Cristina Pimentel Comentários: