Estudo da Transparência Internacional que analisou a percepção de corrupção no mundo concluiu que a Dinamarca é o país menos corrupto entre os 175 países avaliados. O Brasil ficou na 69º colocação.
“O estudo divulgado nesta quarta-feira (3) pela organização Transparência Internacional mostra que a Dinamarca lidera como país em que a população tem menor percepção de que seus servidores públicos e políticos são corruptos. A nação mais transparente registrou um índice de 92 – a escala vai de 0 (extremamente corrupto) a 100 (muito transparente).
O índice brasileiro foi de 43 – um ponto a mais que em 2013, quando o país ficou em 72º lugar, quando 177 países foram analisados –, ou seja, o Brasil melhorou sua posição, mas piorou sua nota. O país divide a 69ª posição com mais seis: Bulgária, Grécia, Itália, Romênia, Senegal e Suazilândia.
A Transparência Internacional é referência mundial na análise da corrupção. O relatório é elaborado anualmente desde 1995, a partir de diferentes estudos e pesquisas sobre os níveis de percepção da corrupção no setor público de diferentes países.
América do Sul
A tabela de honestidade na América do Sul tem Chile e Uruguai como países mais transparentes empatados no 21º, com índice de 73. O país mais corrupto é a Venezuela, com índice 19.
Ranking geral
Nenhum país dos 175 citados recebeu pontuação máxima, segundo a ONG, que tem sede em Berlim. Confira os principais resultados:
1ª
Dinamarca
2ª
Nova Zelândia
3ª
Finlândia
4ª
Suécia
5ª
Noruega
6ª
Suíça
7ª
Cingapura
8ª
Holanda
9ª
Luxemburgo
10ª
Canadá
17ª
Estados Unidos, Barbados, Hong Kong e Irlanda
69ª
Brasil, Bulgária, Grécia, Itália, Romênia, Senegal e Suazilândia
174ª
Coreia do Norte e Somália
Fonte:
http://g1.globo.com/economia/noticia/2014/12/ranking-de-corrupcao-coloca-brasil-em-69-lugar-entre-175-paises.html
Meu comentário:
A partir deste ano vamos começar uma enquete para saber em qual município da Região dos Lagos os leitores do blog têm maior percepção de que seus servidores públicos e políticos são corruptos. A sondagem encerrar-se-á no dia 30 de dezembro. Participem votando na enquete situada no canto superior direito do blog, logo abaixo da propaganda do Google. Grato.
|
José Carlos Alcântara |
"A corrupção não é exclusividade do Brasil, mas aos poucos estamos conseguindo chegar ao seu foco. As licitações públicas por exemplo, são quase sempre uma questão de negociatas."
"Todo o dinheiro público que escorre em pagamentos de propinas, sobrepreços e a má execução de obras, causando o enriquecimento ilícito, é só uma ponta do iceberg, apenas o cheiro do ralo. As instituições que teriam condições de combater a corrupção, estão de fato comprometidas de tal forma, que esse problema está agora enraizado em praticamente todos os setores da vida pública brasileira, com seus desdobramentos em estados e municípios.
O roteiro já foi mapeado há muito tempo através do laudos das fraudes elaborados pela Polícia Federal. Costuma-se dizer no jargão policial, que todos já estão cansados de ver o modus operandi dos criminosos. Esse caminho pode ser dividido em quatro etapas:
1. Elaboração inicial de um projeto "viciado" para execução de obras;
2. Lobby e propina para os políticos o incluírem nos recursos dos orçamentos públicos;
3. Execução combinada da licitação para favorecimento de empresas;
4. Alterações no projeto para lucrar com os "adicionais" do custo da obra.
Há muitos peritos trabalhando atualmente em todas regiões do país, produzindo centenas de laudos por ano e fazendo levantamentos elaborados em vários municípios, dentro do Instituto Nacional de Criminalística da Polícia Federal, que apontam para um número surpreendente: a cada R$ 3 investigados em obras, pelo menos R$ 1 tem o seu desvio comprovado, equivalentes a bilhões de reais apresentando irregularidades, com as suas maiores fontes de recursos sendo provenientes do governo federal.
Há preços acima do mercado nos projetos (sobrepreço), superfaturamento (pagamento de valores acima do contrato) e obras pagas, mas jamais executadas, que são os principais problemas. As edificações e as reformas de prédios públicos, postos de saúde e a construção de casas populares, lideram as fraudes, seguidas por obras de saneamento básico e pela construção de estradas.
A corrupção não é exclusividade do Brasil, mas aos poucos estamos conseguindo chegar ao seu foco. As licitações públicas por exemplo, são quase sempre uma questão de negociatas. As pessoas admitem que para ganhar podem ter que pagar algo por fora. Mas, a dificuldade de se descobrir isso, é que há muitos bloqueios para se chegar a esses níveis de corrupção, porque há muita esperteza para impossibilitar se descobrir como precificar e classificar esses delitos. Se assim não fosse, como é que se poderia ganhar tanto dinheiro com os malfeitos?
A ONG Transparência Brasil enfatiza que há um excesso de lacunas legislativas que favorece a corrupção. Mas o monstro também é alimentado pela quase completa falta de controle sobre a administração e fiscalização do dinheiro público. Se a ocasião faz o ladrão, o Brasil é um país cheio de boas ocasiões. Pois, mesmo que leis sejam criadas, não resolvem nada sozinhas se não forem acompanhadas da fiscalização.
Uma grande usina da corrupção é a facilidade para se ocupar e distribuir cargos. O peso das assembleias legislativas e câmaras de vereadores nas negociações políticas, é a distribuição de cargos públicos. Mesmo que hajam muitos corruptos apanhados, poucos estão na cadeia e continuam a fomentar o nível de crescimento da corrupção em toda a administração pública.
No caso dos estados e municípios, se as assembleias legislativas e câmaras de vereadores fiscalizassem com rigor as contas do poder executivo, muita corrupção poderia ser evitada. Mas, como evitam fazer corretamente esse trabalho, na maioria das vezes por conveniência, o ralo da corrupção só aumenta.
A Controladoria Geral da União CGU, realiza sorteios públicos de municípios que receberão visitas de auditores para fiscalizar a administração pública local, sobre gastos dos recursos federais que são repassados por diversos ministérios, como Educação, Saúde, Integração Nacional, Cidades e Desenvolvimento Social. A íntegra de cada relatório traz itens checados, problemas administrativos e as respectivas respostas dos prefeitos.
Os relatórios de fiscalização mostram que cerca de 96% dos municípios têm algum tipo de irregularidade na gestão de recursos federais. O dinheiro do Ministério da Educação e o da Saúde, é campeão em graves problemas administrativos nos municípios e apenas 5% deles não têm algum tipo de deficiência na gestão dos programas de transferência de renda.
Se houver um planejamento do combate à corrupção fazendo um ataque forte e concentrado no poder de quem recebe o dinheiro público para gastar, veríamos que o funcionário público é apenas parte do esquema. Ao mudar o foco para a instituição que recebe esse dinheiro, percebe-se logo que é ali que está a origem da maioria das fraudes.
Mesmo com milhares de agentes públicos sendo punidos e expulsos, por serem flagrados em atos de improbidade administrativa, corrupção e outras safadezas semelhantes, isso parece não diminuir a vontade de roubar e eles continuam soltos e a praticar esses malfeitos.
A CGU reclama que não adianta pegar ninguém, para depois julgar com toda essa lentidão da Justiça, pois as leis processuais do Brasil permitem uma infinidade de recursos e medidas protelatórias de tal ordem, que qualquer bom advogado consegue prolongar um processo por 10, 20 anos e os corruptos são justamente os que podem pagar os melhores escritórios de advocacia do país".
José Carlos Alcântara
Comentários no Facebook:
CGU lança 5º Concurso de Desenho e Redação
Despertar nos estudantes o interesse pelo controle social, pela ética e pela cidadania por meio da promoção da reflexão e do debate no ambiente escolar. Este é o objetivo da 5ª edição do Concurso de Desenho e Redação, promovido em 2011 pela Controladoria-Geral da União (CGU). Este ano, o tema do concurso é “A sociedade no acompanhamento da gestão pública: Todos podem fiscalizar o dinheiro público!”, mesma temática tratada na 1ª Conferência Nacional sobre Transparência e Controle Social (Consocial).
Os trabalhos produzidos devem ser enviados pelas escolas até o dia 28 de outubro de 2011. As escolas que não tiverem condições de imprimir os formulários poderão solicitá-los diretamente à CGU, passando um e-mail para
publicacoescgu@cgu.gov.br, com as seguintes informações:
a) nome completo do solicitante e seu vínculo com a escola;
b) nome da escola;
e) endereço completo da escola, com CEP;
c) número de alunos matriculados em cada ano;
d) quantidade necessária de exemplares de cada peça solicitada;
e) telefone para contato.
Saiba mais:
O material acima também está disponível, de forma permanente, no endereço
www.cgu.gov.br/olhovivo, por meio do banner referente ao concurso localizado no canto inferior direito da tela.
Premiação:
Na categoria Desenho, serão premiados os alunos dos 1º, 2º, 3º, 4º e 5º anos. Já na categoria referente às redações serão premiados os alunos dos 6º, 7º, 8º e 9º anos, ensino médio (1º ao 3º ano) e educação de jovens e adultos. Os primeiros colocados receberão certificado e um computador; os segundos colocados, certificado e uma máquina fotográfica digital; e os terceiros, certificado e um aparelho de DVD. Os professores dos primeiros colocados também ganharão um computador.
Todas as escolas que elaborarem e puserem em prática estratégias de sensibilização e mobilização dos alunos em torno do tema do concurso poderão concorrer ao título de Escola-Cidadã. As três escolas com as melhores estratégias receberão um computador, uma máquina fotográfica digital e um aparelho de DVD, além de certificado.
Para as entidades (ong, oscip, fundação etc.) que promovem ações socioculturais com alunos da educação básica, o concurso prevê uma premiação na categoria Entidade-Cidadã, em que o melhor plano de sensibilização, dentre aqueles enviados pelas entidades, será premiado com um certificado, um computador, uma máquina fotográfica digital e um aparelho de DVD.
A avaliação dos trabalhos será feita por Comissão Julgadora a ser designada pela CGU, e o anúncio dos melhores em cada categoria ocorrerá até 25 de novembro de 2011. Os prêmios serão entregues pessoalmente aos vencedores, até o dia 8 de abril de 2012, em cerimônia a ser definida pela CGU.
Concurso de Desenho e Redação da CGU:
O Concurso de Desenho e Redação da CGU é promovido no âmbito do Programa Olho Vivo no Dinheiro Público, desde 2007, tendo alcançado a participação de mais de 850 mil alunos em quatro anos. Os temas das edições anteriores do concurso foram: “Como a sociedade pode ajudar no combate à corrupção?” (2007), “O que você tem a ver com a corrupção?” (2008), “Todos pela ética e cidadania: como posso contribuir para uma sociedade melhor?” (2009) e “Como será o futuro do Brasil com o dinheiro público bem aplicado?” (2010).