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Robinho do Salão |
A nota da Prefeitura a respeito dos fatos ocorridos no show "Mais que Dilma" é bem a cara de nossos administradores públicos. Incompetentes e incultos, em sua ampla maioria, são incapazes de fazer qualquer autocrítica, tirando lições dos erros e ampliando o aprendizado para melhorar a relação entre os governantes e o povo buziano. Na verdade, compraram o show como quem compra uma caixa e não sabe o que tem dentro. Não assistiram nenhum show de Gustavo Mendes antes de sua apresentação na Cidade, apesar de vários vídeos com trechos do show estarem disponíveis na internet. Não imaginavam que o show escrachado estava recheado de palavrões.
Como não sabiam nada a respeito do conteúdo do show planejaram-no para a Praça da Rasa tentando cobrir o déficit de políticas públicas característico do Além-Pórtico. Um pouco de circo para quem não tem pão. Tentava-se aplacar um pouco o sentimento de culpa de nada ter feito pelo bairro nesse 1 ano e meio de desgoverno.
Mas o tiro saiu pela culatra. O município foi atingido gravemente em sua credibilidade. Pela primeira vez na Cidade uma manifestação artística, goste-se ou não dela, foi censurada. E este é um precedente muito sério!
Foi por desconhecer completamente o conteúdo do show que decidiram realizá-lo bem perto da Igreja Católica e do templo da Assembleia de Deus. Esta, por sinal, ainda com atividade religiosa, quando o evento começou às 21:00 horas. Foi por desconhecer o conteúdo do show- liberado apenas para maiores de 12 anos em todos os lugares em que foi realizado- que permitiram que crianças menores de 12 anos de idade se instalassem em cadeiras para assistir a performance do ator Gustavo Mendes.
Sem argumentos, a Prefeitura, através de sua Comunicação Social- aquela mesma que disse na CPI que as duas capas do BO eram puro recurso de estilo- inventa desculpas que não se sustentam. Em declarações ao G1, o ator Gustavo Mendes desmente que teria sido informado que “o show seria inserido em um evento de uma comunidade religiosa”. Também desmente que o governo tivesse solicitado “qualquer tipo de alteração no texto teatral”. E se o tivesse feito, o que caracterizaria uma censura prévia, não seria, de forma alguma, aceito por ele. Ou seja, “o espetáculo apresentado e contratado (foi) o mesmo que recebeu aplausos em mais de 200 apresentações realizadas em dezenas de cidades de todo o Brasil, com trechos disponíveis em vários vídeos na internet”.
Se a partir de agora a cultura buziana for pautada pelo fundamentalismo religioso de cunho evangélico aonde iremos parar! No teatro do INEFI não poderemos assistir a filmes e peças que contenham palavrões. As peças de Nelson Rodrigues não poderão ser exibidas em Búzios. Filmes de Pasolini não poderão ser projetados. Só para ficar em dois exemplos. A partir do show "Mais que Dilmais" é Robinho do Salão quem estabelece o que o povo de Búzios pode assistir ou não?
O grande problema das administrações municipais que tivemos é a indigência cultural de quase todos que assumem a Secretaria de Cultura, Turismo ou Assessoria do Prefeito. Eles não são recrutados, em geral, pela sua bagagem cultural, mas pelas relações políticas com o Prefeito e pela capacidade de arregimentar votos. Pessoas sem a mínima condição de ocupar o primeiro escalão da Cultura da Cidade, quando são alçados a esses postos, passam a se achar o máximo, viram donos da verdade, não escutando mais ninguém. Mandam e desmandam, e quase sempre só fazem besteiras.
Objetivamente, tanta trapalhada na gestão da Cultura da Cidade termina com um tremendo desgaste para a cidade. Vai ser muito difícil recuperar.
Veja as matérias abaixo das principais mídias do país.
1)- “Humorista Gustavo Mendes é agredido durante show em Búzios”
2)- "Gustavo Mendes, a Dilma da internet, é retirado do palco durante show e alega ter sido agredido"
3)- "Humorista do "Agora é Tarde" é agredido em Búzios por chefe de gabinete"
4)- "Humorista é expulso do próprio show em Búzios e acusa funcionário da prefeitura de agressão"
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Até quando esse governo vai nos envergonhar? E o que é pior, ainda devemos pagar $ pelos desmandos! Pede pra sair, pelo amor de Deus!
Recentemente realizamos a 2ª Conferência de Cultura. Desde a campanha eleitoral se discute a necessidade da Cidade ter um teatro. Na Conferência, como não podia deixar de ser, o tema voltou a baila. O governo pretende construir um Teatro onde era a antiga Prefeitura, de frente para a Praça Santos Dumont, com capacidade para trezentas pessoas. Vozes discordantes defendem a construção de um grande Anfiteatro ao ar livre em um outro local. Para estimular o debate, a partir de hoje, o blog trará entrevistas com pessoas que "produzem" Cultura em Búzios. Afinal de contas os recursos para a empreitada são públicos. São nossos.
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Anfiteatro Municipal de Villa Maria, Córdoba, Argentina |
O anfiteatro municipal de Villa Maria, Córdoba, foi construído em 1959. Apesar de o município na ocasião ter apenas 24.000 habitantes, o prefeito o construiu com capacidade para 12.000 pessoas, pensando no crescimento da cidade. Hoje, Villa Maria tem 180.000 habitantes e pode continuar realizando grandes festivais nacionais e internacionais.
Foto: Archivo Histórico Municipal de Villa Maria
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Vista aérea do Anfiteatro Municipal de Villa Maria, Córdoba, Argentina |
De acordo com Thomas Sastre Búzios precisa "pensar grande". "A cidade merece. Um pequeno teatro divide as classes sociais. A escassez de espaço poderá criar ressentimento cultural. Se for para construir Teatro que se construa um em cada bairro com capacidade para 150 pessoas. Defender a construção de um Anfiteatro é pensar grande, é lutar por uma ideia em prol de todos".
Foto: Archivo Histórico Municipal de Villa Maria
Ainda segundo Thomas Sastre, em 2012, "o Prefeito pensando no conforto da população devido às mudanças climáticas, fez uma cobertura de muito bom gosto em vidro cristal. O anfiteatro ficou lindíssimo e muito mais confortável. Com a obra, o Prefeito protegeu a cultura e a fez sempre presente".
Foto: Archivo Histórico Municipal de Villa Maria
Thomas Sastre conclui pedindo ao prefeito André:
"PENSE GRANDE! HUMILDADE POLÍTICA! APRENDA E SE INSPIRE!
Comentários:
| | Ouro Preto padece dos mesmos males. Uma pena. A hipocrisia..... Muito bom Thomas. Parabéns. |
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Thomas Sastre |
"Não somos como nos vemos
A construção da política cultural e social transladou-se da cidade para os meios de comunicação, ilustrando-a apenas em uma tela.
É assim como a mídia mostra nosso modo de ser, e ao desenvolvermo-nos respondemos com desprezo ao que é diferente.
Com o mesmo propósito com que se festeja no mundo todo a Diversidade Cultural, paira uma esperança, de que nesse ano do governo do Dr. André Granado e o respectivo Secretário de Cultura Alexandre Raulino de Oliveira, recuperaremos a nossa auto-estima cultural, e retomaremos a ideia de uma cidade sem fronteiras, reivindicando os diversos modos de ser de cada cidadão buziano.
Búzios nunca foi uma cidade homogênea e por isso jamais pode definir-se culturalmente uniforme. Mas assim mesmo há um paralelismo com o ideário de um município integrado.
Esta cidade passou sua vida dissimulando origens, escondendo embaixo dos tapetes dos governos as diversas etnias que povoaram a aldeia de pescadores, misturando ou liquidando múltiplas identidades, reduzindo grupos sociais com suas tradições.
Selou-se para a nostalgia atual rótulos como “o paraíso buziano”, mas o tempo e a história se encarregam de mostrar-nos na cara que não somos puros como nos vemos. Somos parte de uma sociedade deslumbrada, sábios e eruditos, apenas isso.
Apesar desses falsos valores, os nativos e os imigrantes de outros estados e países marginalizados pela exclusão social, podem suportar o trabalho e a exploração com mais dignidade de quem os gera.
As expressões musicais nas periferias geram sempre muitos adeptos, mas seu clube de detratores, que é cada parcela da tal dita sociedade buziana, recrimina depreciativamente cada vez que nega qualquer expressão artística. E damos um passo pra trás na construção de uma cidade verdadeira, para todos, sem fronteiras urbanas intransponíveis, com menos violência, com uma ideia de concórdia e bem estar.
Uma tarefa nada fácil, pois ademais de toda essa riqueza de identidade que povoa o município, considerada pobreza aos olhos do sistema, existe uma expressão cultural que encarna os humildes, e assim mesmo não podem tirar-se de cima deles o estigma de cidadãos de segunda classe. Estas manifestações que não são pensadas, espontâneas, sem a menor ideia de que podem ser mal divulgadas. A partir das políticas culturais bem divulgadas, como subculturas de bairros, não podem passar despercebidas aos olhos dos políticos.
Devem pleitear-se seriamente sua gestão, tendo em conta a diversidade cultural, como um modo de garantia de que todas essas expressões que se encontram fragmentadas em Búzios, tenham a possibilidade de existir, de ter visibilidade e reconhecimento como uma estratégia política-cultural para não cairem na armadilha da violência, como único testemunho de pertinência, e como aval da voluntariedade de ser bem no meio de uma sociedade que lhe torna difícil a vida em sua plenitude.
A necessidade de planejar calendários e políticas públicas , centralizando-as no eixo da diversidade cultural não implica em trabalhar simplesmente em um suposto âmbito da cultura. Abarca a esfera do político, econômico e social de maneira rotunda, pois a negação histórica e sistemática da diversidade mantém até os dias de hoje uma coleção de novos marginalizados, desconectados, diferentes e desiguais. Citando um exemplo: Búzios foi sempre toda direcionada a Rua das Pedras, e ao Centro, sempre em destaque, e o resto, sempre é o resto.
Existem casos de jovens que desempenham distintos trabalhos e fixam suas residências em casa de parentes e amigos, que moram no centro, com vergonha de revelar seu bairro de origem periférica. Existem jovens que não podem ascender a oportunidade de emprego, e são empurrados para uma realidade de ocupações ilícitas, ou diretamente condenados a raízes laborativas por carecer de outras oportunidades que não seja o comércio ambulante.
O mais problemático, as favelas, os bairros inexpugnáveis, os guetos, e mais frequente que sua construção venha de fora dos meios, e por meios da indústria cultural, que por não terem (eles), seus habitantes, as ferramentas para construir sua própria identidade, seus símbolos, suas verdadeiras representações, seu orgulho pessoal e grupal, acabam se isolando e gerando atitudes de revolta.
Vamos ser claros e com humildade entenderemos o que é a Diversidade Cultural, para aqueles que não sabem.
A diversidade Cultural é um conceito essencial, impulsionado de maneira recente por uma declaração em 2001, e divulgada na Convenção da Unesco em 2004. A Diversidade Cultural não deve impor-se simplesmente, porque o diálogo entre gente que pensa diferente soa bonito, atrativo, exótico, tampouco deve implantar-se porque é um exercício de tolerância, e reconhecimento do outro. A diversidade cultural oferece um entendimento da complexidade do que é fruto de cada cidadão na atualidade, é por isso que deve estruturar-se em conjunto, porque a falta de reivindicação dos grupos sociais, sua omissão, e sua falta de integração na cidade, por parte dos governos, equivale a oferecê-los como simples objetos das mais variadas formas de exploração ao que pode submetê-los o mercado.
Para trabalhar em políticas públicas de inclusão de grupos étnicos, desiguais, e diferentes, índios, negros, brancos, mulatos, amarelos, rosas...originários, é preciso reconhecer e entender sua capacidade de criação, tais como artesãos , balés folclóricos , a música popular , forró, pagode, funk, hip-hop, samba, bandas tradicionais, chorinhos, blocos de carnavais, cinemas nas praças, (como espetáculo), teatros de bairros , festas tradicionais (Sta Rita, Santana), músicas eruditas, escola de cinema de bairros, poesias, escultura, belas artes, circo. A cultura do espetáculo, festival de blues e cinema já tem seus espaços garantidos e seu sucesso absoluto na cultura do espetáculo.
É preciso abrir-lhes caminhos para se constituírem imagens poderosas de si mesmo, através das gestões associadas a alianças com políticas sociais, reativar casa de cultura nos bairros, dar-lhes um respaldo e uma segurança cultural séria, programas que garantam a governabilidade em calendários artísticos, que promovam a inclusão , que ofereçam alternativas de trabalho e criação.
De fato que a implementação implica a inversão financeira de parte do município ou estado, em todas as suas inversões, pela qual os municípios argumentaram em todos os governos nunca ter dinheiro, mas isso não é uma razão séria e honesta no mundo atual. Nossos municípios vizinhos vem investindo fortunas, financiando a arte local, e a nós ninguém nos obriga a converter-nos em vítimas.
Para termos uma cultura sólida, além de pessoas preparadas, sem egos, e vaidades, há que se ter um Conselho deliberante da cidade, integrado por pessoas ligadas a cultura, e não a política, evitando-se assim picaretagens culturais. Criar dentro da secretaria o Instituto da Diversidade, um espaço singular e inédito de articulação social e cultural.
Uma ideia que deu certo, em vários países, resolvendo a exclusão social e o analfabetismo em 70 por cento.
O que se espera para o município é que se construa uma Diversidade Cultural com esperança e justiça".
Thomas Sastre
Assisti o maravilhoso espetáculo Gala Bolshoi da Companhia Jovem da Escola do Teatro Bolshoi no Brasil, no dia 7 passado, no Campo da SEB. O EVENTO dos eventos já acontecidos na Cidade Não publiquei nada depois porque não consegui boas fotos devido à distância em que fiquei do palco. Besteira minha! Poderia ter utilizado as fotos do blog da Prefeitura. Felizmente, dias depois encontrei o secretário de cultura Raulino em uma agência bancária da cidade e pude parabenizá-lo pela realização do evento. Não só ele, Zé Márcio, do turismo, também merece aplausos, pois o espetáculo foi uma "obra conjunta" das duas secretarias. Finalmente, resolvi fazer este post porque um terceiro responsável, meu amigo Thomas Sastre- grande idealizador da vinda do espetáculo para Búzios- me autorizou publicar fotos do seu facebook (
https://www.facebook.com/thomas.sastre.1?fref=ts). Seu FACE merece ser visitado para que se conheça o grande artista que ele é. Como acontece com outros artistas residentes, a cidade de Búzios nunca o valorizou como deveria. Ele, foi parabenizado in loco por mim, pois o encontrei impecavelmente vestido no próprio evento. Sua bengala, um must!!! Finalmente, não poderia deixar de agradecer ao Prefeito Dr. André. Parabéns Prefeito!
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Thomas Sastre, ao centro, com o bailarino e hoje Professor Cesar Lima, e com a artista, produtora cultural e ex- bailarina, hoje monja budista Cris Anila Paramita |
Transcrevo abaixo o depoimento feito por Thomas em seu FACEBOOK. Tomei a liberdade de traduzi-lo do portunhol para a nossa língua.
"Cinco mil buzianos unidos pela primeira vez em um espetáculo sem politica, cada morador lado a lado em um bem comum, em Armação dos Búzios. O mistério da reconciliação geral no conhecimento fraternal desse canto órfico das almas e/ou lirismo da obra do Ballet Bolshoi. SENTI A MIM COMO UM INSTRUMENTO DE UNIÃO PARA AQUELES QUE BRIGAM FREQUENTEMENTE, UNS COM OS OUTROS PORQUE TEM VERGONHA DE EXTERIORIZAR SEU AMOR. EU E O ALEXANDRE NO SET CONSEGUIMOS UNIR TODOS OS BUZIANOS. DEVER CUMPRIDO" (Thomas Sastre).
Outros depoimentos:
"Eu vi o espetáculo e fiquei muito orgulhoso de morar em Búzios" (Marangoni, artista plástico, jornal O Peru Molhado, 11/07/2013)
Depoimentos extraídos do Facebook do Thomas:
"Adorei o Ballet Bolshoi com minha rica afilhadinha Morena ... Lindo Espetáculo! Obrigada Thomas Sastre ! Queremos mais!!!" (Fernanda Oestreich Tegli).
"Que bom,tbm acho que precisamos e merecemos eventos de grande qualidade e pelo visto esteve também muito bem acompanhada.Bs querida (Lucy Armani)
"Meu caro Sastre... primeiro, esse foi o espetáculo mais SENSACIONAL que Búzios teve o prazer de assistir!!! Segundo, você é uma pessoa controversa, complicada, criticada por muitos... mas FAZ ACONTECER na Cultura Buziana. Sei que o GRANDE RESPONSÁVEL por esse belíssimo presente para todos nós foi VOCÊ. Esse seu feito vem se juntar a tantos outros que, no passado, foram criados e conduzidos por você. MEUS PARABÉNS & RESPEITO, amigo Sastre !!! (Fernando Naxcimento)
"Weektrip Parabens thomas! (Mateus Santos)
"Foi tudao!" (Maga Silvestre)
"PARABÉNS!!! (Cris Dias)
"Parabéns Thomas Sastre. Um grande abraço!!!" (Jose Wilson Barbosa)
ESPETACULO MARAVILHOSO! (Jose Joaquim)
"no lo he visto pero me imagino que es muy bueno" (Turco Mercado)
"muito bom" (Marcelo Pablo Paladini)
"tem coisas que não tem preço...essa foi uma ..." (Sonia Persiani)
Meu comentário:
"O evento dos eventos já realizados na Cidade. Estupendo!" (Luiz, IPBUZIOS)