Recebi dois e-mails do leitor Emmanuel Danilo Lemos a partir da publicação dos três posts abaixo:
Vc está usando o velho raciocínio lógico básico Aristotélico, como bem o disserte para conclusões de ideias aleias. É obvio que a mão de obra formal não é parâmetro para avaliar o desempenho da construção civil em Búzios, não que não possa servir de parâmetro. Eu diria que 60 a 90 % da mão de obra empregada na construção civil em Búzios é informal, mas também não tenho como demonstrar, é do mesmo jeito que você faz em sua casa, contrata um pedreiro para fazer os serviços de reforma, pintura, encanamento, etc. Você faz o registro formal deste profissional, recolhe o INSS e o ISS?
Um indicador útil seria o ISS no aceite das obras, outro, seriam as licenças concedidas, outro seriam as obras em andamento. Não seria difícil uma pesquisa, amostral (mínimo 13), com pequenos construtores.
É importante saber também que os números de 2013 e 2014, ainda, são reflexo das licenças concedidas em 2012. O caminho pra frente já se mostra preocupante. Você pode ter razão, mas não se deve ter preconceito.
Um grande abraço e parabéns pelas iniciativas e coragem.
Realmente vc faz um trabalho sério e extraordinário com dados e informações para orientar e conscientizar os munícipes sobre a situação da cidade. Eu vou me permitir uma visão um pouco diferente da sua, mas respeitando e admirando seu trabalho.
Com todo respeito é um engano achar que a Construção Civil não tem relevância para o município. Primeiro é preciso distinguir construção civil de especulação imobiliária. A construção civil é uma atividade nobre e de fundamental importância para a organização social do modo em que vivemos. A construção civil promove a organização dos espaços urbano, proporcionando a moradia, as instalações para todo os equipamentos urbano (hospitais, escolas, indústria, comércio, etc.), permite a integração territorial por meio de estradas, munidas de obras de arte corrente e especiais, constrói portos, aeroportos, barragens, instalações para saneamento básico, tratamento e fornecimento de água, pavimentação, drenagem, etc., etc.,etc.
Quanto a arrecadação municipal, a receita própria, se não me engano, representa apenas 25 % do orçamento do município e que, destes 25%, ~ 65% são provenientes dos ativos produzidos pela construção civil (IPTU + ITBI + ISS). Em suma o município vive nababescamente das transferências obrigatórias e dos generosos royalties do petróleo, pouco se importando ou se esforçando para as atividades econômicas da cidade. O governante, ainda, se vale de ser o empregador mais cobiçado da cidade e o maior, ou um dos maiores, contratante de serviços.
Realmente o dado “emprego formal” não é o melhor parâmetro para avaliar o desempenho da Construção Civil em Búzios. Você tem razão quando diz que o valor pago pelo ISS de obras seria o melhor critério. O problema é que não temos esse registro disponível no Portal da Transparência mês a mês, e ano a ano, para podermos estabelecer uma série contínua de comparação entre os vários períodos dos governos.
No Portal da Transparência da Prefeitura de Búzios só foram disponibilizados os dados do ano de 2013, e 2014 até o mês de junho. A inexistência de dados dos governos anteriores impede que se faça o estudo comparativo. E mesmo os dados divulgados referem-se à ISS QN de todos os prestadores de serviços, não discriminando os valores do ISS do setor da Construção Civil. No ano de 2014, a partir de março, encontramos valores para taxa de licença para execução de obra. Mas, como disse, a impossibilidade de se ter em mãos uma série histórica contendo grandes períodos impede o estudo.
No site do TCE encontramos disponibilizados nos “Estudos Socioeconômicos de Búzios”, de 2001 a 2013, informações sobre o PIB de Búzios no qual podemos ter um quadro da participação do setor na riqueza total municipal. Em 1999, a Construção Civil era o setor econômico que mais contribuía para a formação do PIB de Búzios, calculado a custo de fatores. A Construção Civil contribuía com R$ 24,173 milhões (29,22%), quase um terço do PIB total de R$ 82,721 milhões. Era o tempo áureo da Construção Civil buziana. Também pudera. Construía-se à vontade pois não existia regramento algum. Ainda não tínhamos a Lei do Uso do Solo (LUOS) e o Plano Diretor (PD). O setor era tão importante que desbancava setores de destaque como o de “Serviços” (2º colocado, com 22,416 milhões), “Aluguéis” (3º colocado, com 21,850 milhões) e “Administração Pública” (4º colocado, com 13,206 milhões).
Com a edição de nossa primeira LUOS em 2000, o setor vê despencar a sua importância na Economia buziana. Nesse mesmo ano, a sua contribuição cai para 18%, percentual mantido em 2001, nova queda em 2002 para 13% e em 2003 para 10,3%. Volta aos patamares anteriores em 2004 (18,8%) e 2005 (20,5%), para novamente cair em 2006 para 11,7%, ano em que o município passa a ter um PD. Daí em diante não se consegue mais dados devido à mudança de metodologia do IBGE que passou a considerar apenas três setores econômicos: “agropecuária”, “Indústria”, “administração pública” e “serviços”. O setor da construção civil mistura-se a outros serviços.
A partir do ano 2000, o setor de serviços passa a ocupar o primeiro lugar na formação do PIB buziano. Para o PIB de 2006, de 264 milhões de reais, o setor contribuiu com quase 40%, ou seja 102,582 milhões de reais. Aluguéis, em segundo, com 34.800 milhões (13,1%). Em terceiro, Administração Pública, com 31,725 milhões de reais (11,8%). No período, o setor da Construção Civil despencou do 1º para o 4º lugar em importância na economia de Búzios. Acredito que desde então nunca mais se recuperou, pelo menos nos patamares anteriores.
Está correta a sua informação de que apenas 25% (26,4% em 2012) de nossa arrecadação municipal é constituída de recursos próprios. Mas dizer que 65% destes recursos sejam provenientes dos ativos produzidos pela Construção Civil é um exagero de quem parece estar puxando a brasa para a sua sardinha. Uma coisa são ativos outra, bem diferente, são receitas anuais.
Está mais do que claro que o setor que mais contribui para o incremento das receitas próprias municipais é o setor de serviços, setor mais importante da economia buziana desde o ano de 2000, destacando-se entre eles o setor de Alojamento e Alimentação. Mais de 53% (6.352 trabalhadores) dos empregos formais de Búzios vêm do setor. Somado ao setor Comércio (2.122 empregos), empregam mais de 70% dos trabalhadores buzianos. O “empregador mais cobiçado da Cidade” concluiu o ano de 2013 com 2.959 (24,7% da força de trabalho) empregados. A construção civil, com 357.
Iguaba Grande é o município mais desigual da Região dos Lagos com índice GINI igual a 0,56. No município, os 10% mais ricos (2.285 pessoas) apropriam 46,03% de toda renda municipal. No Mapa da Violência de 2014 o município ficou em 1123º no Brasil com taxa de 20,8 homicídios por 100 mil habitantes. Pode parecer pouco mas, para padrões civilizados, é uma verdadeira epidemia de violência. A taxa da Alemanha, e de quase todos os países da Europa, é inferior a 1. Também pudera, o índice GINI da Alemanha é de 0,27.
A desigualdade social é condição necessária mas não suficiente para que o município apresente altos índices de violência. Outros fatores podem tornar um município menos desigual mais violento. Mas uma coisa é certa, quanto mais igualitária for uma sociedade rica menos violenta ela será. Aqui na Região temos três municípios muito ricos- Rio das Ostras, Armação dos Búzios e Cabo Frio-, mas muito desiguais. |Talvez por isso muito mais violentos que os outros municípios mais pobres.
“Nós somos ricos e extremamente desiguais: baixa escolaridade, ¾ da população são analfabetos funcionais, piores índices na educação, ridícula competitividade, precária inovação, serviços públicos de quinta categoria, transporte público indecente, saúde doente, Justiça injusta e morosa, escola analfabeta etc. Somos, não por acaso, o 85º país do mundo (dentre 186) em termos de qualidade de vida”. (Brasil e Alemanha: nossa derrota fora do gramado é mais vergonhosa, Luiz Flávio Gomes).
Como combater a violência na Região dos Lagos sem transformar esta triste realidade que os dados a seguir revelam?
Índice Gini:
1)Iguaba Grande - 0,56 (4º município mais desigual do Estado do Rio de Janeiro)
2) Araruama - 054 (12º)
Cabo Frio - 0,54 (12º)
3) Rio das Ostras - 0,53 (14º)
4) Saquarema - 0,52 (16º)
5) Armação dos Búzios - 0,51 (23º)
6) São Pedro da Aldeia - 0,50 (31º)
7) Arraial do Cabo - 0,47 (59º) - o município mais igualitário da Região dos Lagos. Não por acaso, também é o município menos violento. Em 2012, ocorreram apenas 4 homicídios no município. O que gera uma taxa por 100 mil de 14,1, a menor da Região.
Percentual da renda apropriada pelos 10% mais ricos:
1º) Iguaba Grande - apenas 2.285 pessoas apropriam 46,03% de toda renda gerada no município.
2º) Cabo Frio - 18.622 apropriam 43,78%
3º) Araruama - 11.200 apropriam 42,84%
4º) Armação dos Búzios - 2.756 apropriam 41,55%
5º) Saquarema - 7.423 apropriam 41,28%
6º) Rio das Ostras - 10.567 apropriam 40,61
7º) São Pedro da Aldeia - 8.787 apropriam 39,38%
8º) Arraial do Cabo - 2.771 apropriam 36,28%.
Mapa da violência 2014:
1º) Cabo Frio; Homicídios (2012): 123; Taxa: 63,0; Posição Est: 2º; Posição Nac: 124º
2º) Armação dos Búzios; Homicídios (2012): 16; Taxa: 55,2; Posição Est: 4º; Posição Nac: 209º
3º) Rio das Ostras; Homicídios (2012): 52; Taxa: 44,8; Posição Est: 11º; Posição Nacional: 357º
4º) Araruama; Homicídios (2012): 48; Taxa: 41,2; Posição Est: 15º; Posição nacional: 429º
5º) São Pedro da Aldeia; Homicídios (2012):33; Taxa: 36,0; Posição Est: 16º; Posição Nac: 540º
6º) Iguaba Grande; Homicídios (2012): 5; Taxa: 20,8; Posição Est: 34º; Posição Nacional: 1.123º
7º) Saquarema; Homicídios (2012): 14; Taxa: 18,1; Posição Est: 40º; Posição Nacional: 1.324º
8º) Arraial do Cabo RJ; Homicídios (2012): 4; Taxa: 14,1; Posição Est: 53º; Posição Nac: 1.652º
Dados educacionais:
% de 18 anos ou mais com ensino fundamental completo:
1º) Rio das Ostras: 66,52:
2º) Iguaba Grande: 66,03
3º) Arraial do Cabo: 62,72
4º) Cabo Frio: 60,62
5º) Armação dos Búzios: 58,03
6º) São Pedro da Aldeia: 57,81
7º) Araruama: 55,57
Esperança de vida ao nascer (em anos):
1º) Rio das Ostras: 76,26
2º) Iguaba Grande: 75,44
3º) Araruama: 75,32
4º) Cabo Frio: 75,16
5º) Armação dos Búzios: 74,44
6º) Arraial do Cabo: 73,3
7º) São Pedro da Aldeia: 73,03
Mortalidade até 5 anos de idade (por mil nascidos vivos):
1º) São Pedro da Aldeia: 19,0
2º) Arraial do Cabo: 18,6
3º) Cabo Frio: 17,3
4º) Armação dos Búzios: 16,7
5º) Araruama: 16,0
6º) Iguaba Grande: 15,2
7º) Rio das ostras: 12,3
% de crianças de 4 a 5 anos fora da escola:
1º) Rio das Ostras: 18,08
2º) Armação dos Búzios: 15,01
3º) Araruama: 14,79
4º) Cabo Frio: 12,59
5º) São Pedro da Aldeia: 10,48
6º) Iguaba Grande: 9,70
7º) Arraial do Cabo: 4,64
Percentual de jovens de 15 a 17 anos que não frequentavam a escola:
1º) Armação dos Búzios: 16,16%
2º) Cabo Frio: 13,71%
2º) São Pedro da Aldeia: 12,67%
3º) Rio das Ostras: 12,17%
4º) Araruama: 10,12%
5º) Arraial do Cabo: 8,82%.
6º) Iguaba Grande: 4,54%
Os anos esperados de estudo indicam o número de anos que a criança que inicia a vida escolar no ano de referência tende a completar.
1º) Iguaba Grande: 9,66 anos
2º) Arraial do Cabo: 9,49 anos
3º) Rio das Ostras: 9,18 anos
4º) Armação dos Búzios: 9,09 anos
5º) São Pedro da Aldeia: 8,98 anos
6º) Araruama: 8,84 anos
7º) Cabo Frio: 8,61 anos
Nível educacional dos ocupados
% dos ocupados com fundamental completo - 18 anos ou mai:
1º) Iguaba Grande: 71,42
2º) Rio das Ostras: 68,96
3º) Arraial do Cabo: 68,72
4º) Cabo Frio: 64,22
5º) São Pedro da Aldeia: 61,94
6º) Armação dos Búzios: 61,27
7º) Araruama: 60,63
Rendimento médio
% dos ocupados com rendimento de até 2 s.m. - 18 anos ou mais:
1º) Araruama: 76,21
2º) Iguaba Grande: 71,35
3º) São Pedro da Aldeia: 70,89
4º) Cabo Frio: 69,60
5º) Arraial do Cabo: 69,52
6º) Armação dos Búzios: 66,53
7º) Rio das Ostras: 54,53
Indicadores de Habitação
% da população em domicílios com água encanada:
1º) Araruama: 96,08
2º) Arraial do Cabo: 93,91
3º) Rio das Ostras: 90,61
4º) Cabo Frio: 90,22
5º) São Pedro da Aldeia: 88,41
6º) Iguaba Grande: 83,97
7º) Armação dos Búzios: 83,53
Vulnerabilidade Social
Jovens
% de pessoas de 15 a 24 anos que não estudam nem trabalham e são vulneráveis à pobreza:
1º) Araruama: 10,76
2º) São Pedro da Aldeia: 10,68
3º) Iguaba Grande: 10,67
4º) Cabo Frio: 9,02
5º) Arraial do Cabo: 6,24
6º) Rio das Ostras: 5,53
7º) Armação dos Búzios: 5,47
% de mulheres de 15 a 17 anos que tiveram filhos
1º) São Pedro da Aldeia: 7,74
2º) Arraial do Cabo: 7,68
3º) Cabo Frio: 7,15
4º) Rio das Ostras: 6,31
5º) Araruama: 5,77
6º) Armação dos Búzios: 5,57
7º) Iguaba Grande: 1,78
Taxa de atividade - 10 a 14 anos (Trabalho Infantil)
1º) Arraial do Cabo: 8,67
2º) Iguaba Grande: 5,28
3º) Cabo Frio: 4,96
4º) Araruama: 4,51
5º) São Pedro da Aldeia: 4,12
6º) Rio das Ostras: 3,15
7º) Armação dos Búzios: 2,48
Família
% de mães chefes de família sem o ensino fundamental completo e com filhos menores de 15 anos:
1º) Cabo Frio: 19,28
2º) Armação dos Búzios: 17,27
3º) São Pedro da Aldeia: 16,13
4º) Araruama: 15,75
5º) Iguaba Grande: 13,98
6º) Arraial do Cabo: 13,63
7º) Rio das Ostras: 13,17
Trabalho e Renda
% de vulneráveis à pobreza:
1º) Araruama: 32,86
2º) São Pedro da Aldeia: 27,34
3º) Cabo Frio: 25,76
4º) Iguaba Grande: 25,37
5º) Arraial do Cabo: 23,61
6º) Armação dos Búzios: 17,24
7º) Rio das Ostras: 17,08
% de pessoas de 18 anos ou mais sem fundamental completo e em ocupação informal:
1º) Araruama: 35,36
2º) São Pedro da Aldeia: 32,40
3º) Cabo Frio: 29,63
4º) Arraial do Cabo: 29,19
5º) Armação dos Búzios: 28,96
6º) Iguaba Grande: 28,76
7º) Rio das Ostras: 25,23
Observação: Arraial do Cabo só recentemente passou a fazer parte do clube dos ricos dos royalties de petróleo.
Fontes:
Última pesquisa IBOPE registrada no site do TSE traz algumas informações importantes sobre a intenção de voto do eleitorado buziano. Mesclando-se essas informações com os dados estatísticos elaborados pelo TRE-J a respeito desse mesmo eleitorado, podemos assegurar com pouquíssima margem de erro que Mirinho vai perder a próxima eleição porque a desaprovação da sua administração atual é:
1) maior entre os jovens de 16 a 29 anos (56%) e de 30 a 39 anos (57%)- faixas de idade onde se encontra a maioria do eleitorado de Búzios.
2) maior (61%) entre os que têm ensino médio incompleto, ensino médio completo, superior incompleto e superior completo, que representam 11.822 eleitores- mais de 50% do eleitorado.
O político do atraso que Mirinho é sempre foi eleito com os votos do eleitorado menos escolarizado. Pra seu azar, por mais que ele se esforce pra manter o povo de Búzios nas trevas da ignorância, o povo buziano insiste, teimosamente, em se educar, mesmo que não tenha um ensino de qualidade. Da última eleição (2008) pra cá (2012), diminuiu o número de eleitores analfabetos. Eram 692. Hoje, são 304. O número de eleitores que só sabiam ler e escrever diminuiu significativamente. Passou de 2.583 para 809. Finalmente, também houve redução, pequena, mas mesmo assim redução, no número dos que não concluíram o ensino fundamental completo. De 7.707 para 7.277. Pra azar ainda maior do prefeito-vanguarda-do-atraso aumentou o número de eleitores com ensino fundamental completo (1.495 para 1.741), ensino médio incompleto (2.971 para 3.329), ensino médio completo (2.656 para 5.089), superior incompleto (672 para 1.345) e superior completo (1.289 para 2.059).
3) maior (56%) entre as mulheres (salve elas!) do que entre os homens (52%). Pra azar do nosso prefeitinho atrasado elas são 11.348 eleitoras contra 10.605 eleitores.
Tendo em vista que o atual prefeitinho do atraso, bem ao feitio de quem tem pouca cultura- ressuscitou sua musiquinha xenófoba do Chá-Lá-Lá visando mobilizar seu eleitorado nativo contra os de fora, é importante que ele saiba que teremos em dado novo nestas eleições. Pela primeira vez, teremos uma eleição com a maioria do moradores não sendo nativos: 59 a 41%. O TRE-RJ não nos informa quantos eleitores nativos temos mas podemos fazer um cálculo aproximado. Em 2010, tínhamos 19.238 eleitores em 27.560 moradores. Ou seja, 69,80% da população de Búzios vota. Como temos hoje 21.953 eleitores (dados do TRE-RJ), podemos concluir, arredondando o índice acima para 70%, que temos hoje uma população de aproximadamente 31.361 pessoas (12.858 nativos e 18.502 não nativos). É claro que essa transformação na composição da população buziana é prejudicial aos planos de reeleição do nosso prefeitinho-do-atraso que sempre teve muito mais votos entre os "nativos" do que entre os "de fora".
Outro dia conversando com um amigo, ele me disse que não acreditava que houvesse gente honesta e independente que votasse no atual prefeito. Estranhei a afirmação e pedi que ele me explicasse. Ele riu. E me falou que quase todo mundo estranha quando ele fala isso. Explicando: para ele existe gente honesta apoiando o atual prefeito, mas o que ele quis dizer é que não existe gente honesta e independente, ao mesmo tempo, apoiando-o. O "e" é inclusivo.
A conversa me fez concluir que muita gente que hoje é dependente de emprego na prefeitura, como os contratados e comissionados, perderão seus cargos a medida que forem sendo chamados os aprovados no último concurso público. Declarações do ex-secretário Ruy Borba confirmam que todos os contratados e grande parte dos comissionado serão demitidos:
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Foto do facebook "AcordaBuzios" |
Finalmente, a questão da unidade das oposições. É claro que com a divisão é possível que o atual prefeito se reeleja contra a vontade da maioria da população buziana, com apenas 1/3 dos votos. Mas ,a cada dia, cada vez mais acredito que aquele que estiver em terceiro lugar- e todos sabem de quem falo- e teimar em não se unir, será atropelado pelo voto útil da população e vai minguar na praia com 3% dos votos. E será responsabilizado politicamente por isso.
Observação: como dizem os numerólogos, os números não mentem jamais!
Comentário:
Se pudéssemos reduzir a população de Búzios a uma pequena aldeia de exatamente 100habitantes, mantendo as proporções existentes atualmente, seria algo assim:
Desses brasileiros, 81seriam naturais do Rio de Janeiro,
19 de outros estados da federação.
38 se declarariam pardos,
66 teriam menos de 39 anos,
31 teriam menos de 19 anos.
23 não teriam religião alguma.
Estes dados- o fato de ter nascido no Brasil ou não, em Búzios ou não, homem ou mulher, ser branco ou preto, ter esta ou aquela idade- podem ser obra do acaso, destino ou de algum Deus, como se queira. Já os dados sobre religião é resultado de opção pessoal.
Mas os dados a seguir- sobre condições educacionais, econômicas, de habitação e de trabalho- têm dois grandes responsáveis: Mirinho e Toninho. Mirinho, por ter tido três mandatos, é o maior responsável pelas atuais condições de vida (sócio-econômica-educacionais) da população buziana.
Só 2teriam educação universitária.
48 não teriam concluído o ensino fundamental.
8 nunca teriam frequentado uma escola.
10 seriam considerados miseráveis (renda inferior a R$ 140,00),
47 pobres (renda igual ou inferior a 1 salário mínimo).
64 morariam em imóvel próprio,
21 viveriam em casas sem água encanada,
82 em casas sem rede de esgoto.
Somente 18 teriam seu esgoto tratado.
11 viveriam em casas sem revestimento nas paredes externas.
65 não teriam computador com acesso à internet,
45 não receberiam correspondência em casa por não terem identificação de logradouro,
5 viveriam sem iluminação pública no entorno de suas casas.
18 morariam em casas situadas em ruas sem pavimentação,
19 em ruas sem meio fio/guia,
44 em ruas sem bueiro/boca de lobo.
35 viveriam em casas situadas em ruas sem arborização alguma.
Da população economicamente ativa (PEA)
Entre os buzianos ocupados:
60 teriam carteira de trabalho assinada,
27 não teriam carteira de trabalho assinada.
23 trabalhariam por conta própria.
21 receberiam até 1 salário mínimo,
44 entre mais de 1 até 2 salários mínimo.
Apenas 2 receberiam mais de 10 até 20 salários mínimo.
1 seria diretor ou gerente,
1 profissional da ciência ou intelectual,
14 seriam trabalhadores qualificados, operários e artesãos da construção, artes mecânicas e outros ofícios,
24 trabalhadores dos serviços, vendedores do comércio e mercados.
2 trabalhariam na agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura.
13 seriam operários da construção civil,
14 trabalhariam em alojamento e alimentação,
6 trabalhariam na administração pública,
3 trabalhariam na indústria de transformação,
2 em artes, cultura, esportes e recreação.
17 seriam empregadas (os) domésticas (os).
23 teriam ocupações elementares.
7 trabalhariam em ocupações mal definidas.
Agora pense...Está claro que a distribuição de renda entre 2000 e 2010 piorou em Búzios. Ou seja, as condições de vida pioraram para a maioria da população buziana. Só melhorou- e como- para uma minoria formada por familiares, amigos e correligionários políticos do prefeito Mirinho Braga. Sua turma se deu muito bem. Se você quer mudar esta triste realidade- para ter melhores oportunidades de emprego, de educação e de moradia e salários mais razoáveis- terá agora em 7 de outubro uma grande oportunidade não reelegendo este prefeito. Pense bem: você poderá ser a próxima vítima de mais um desgoverno!
Fonte: IBGE
Comentário no Facebook:
Miguel Antonioli o blog do luiz é um torrente de informações...caraca, não dá pra acreditar a que ponto chegamos.
Quer saber mais de Búzios de VERDADE? sigam o blog e meu amigo Luiz Gomes
Meu comentário:
Obrigado Miguel e Márcia. É isso que nos estimula a continuar nosso trabalho.
Grande abraço,
Segundo o DATASUS, o município que teve, em 2010, o maior gasto per capita em Saúde da Região dos Lagos foi Armação dos Búzios. Gastamos R$ 1.346,37 por habitante/ano. Este resultado foi obtido dividindo-se a despesa total realizada na Saúde de R$ 37.106.116,03 pela população de 27.560 (censo de 2010).
Em segundo lugar vem Rio das Ostras com R$ 632,81. (R$ 66,9 milhões, 105.757 hab).
Cabo Frio é o terceiro com R$ 587,35. (R$ 109, 3 milhões, 186.227 hab).
4º - Iguaba Grande - R$ 474,10 (R$ 10,8 milhões, 22.851 hab)
5º - Arraial do Cabo - R$ 473,26 (R$ 13,1 milhões, 27.715 hab)
6º - São Pedro da Aldeia - R$ 273,35 (R$ 24,0 milhões, 87.875 hab)
7º - Araruama - R$ 235,23 (R$ 26,3 milhões, 112.008 hab).
Considerando o que Otavinho disse no O Perú Molhado de que a corrupção na Saúde em Búzios está em 50%,
Considerando que nem o secretário de saúde nem o Prefeito vieram a público negar tal afirmativa,
concluo que este é o principal motivo para termos uma saúde tão ruim, apesar de gastarmos uma fortuna com ela. O segundo motivo é incompetência mesmo, que por sinal é aliada da corrupção.
Gastamos o dobro do que gasta Rio das Ostras e temos uma Saúde muito pior. Melhor do que a de Cabo Frio, com certeza, nossa saúde não é. Nos equiparamos às demais que gastam menos de um terço do que gastamos. Algo muito de errado deve estar acontecendo com nossa saúde. Não seria melhor pegar estes R$ 1.346,37 e entregar na mão de cada morador para que eles fizessem um plano de saúde privado? O povo não desfrutaria de uma saúde melhor?
Ao compararmos o percentual de pessoas que tinham rendimento até 1(um) salário mínimo no Censo de 2000 com o Censo de 2010, chegamos à conclusão que estamos andando pra trás. Em vez de diminuir- indicando uma melhora no padrão de vida da população- esse percentual aumentou, depois de 10 anos de governos desastrosos/e/ou/corruptos que assolam a nossa Região dos Lagos. Ou seja, temos hoje, proporcionalmente, mais pessoas vivendo com até 1 salário mínimo do que há 10 anos atrás.
1) Arraial do Cabo: passou de 7.927 (33,2%) moradores vivendo com 1 salário mínimo, em 2000, para 14.273 (51,40 %), em 2010.
2) Iguaba Grande: de 5.990 (39,7%) para 11.813 (51,68%).
3) Armação dos Búzios: de 6.207 (34,1%) para 12.915 (46,90%).
4) São Pedro da Aldeia: de 28.894 (45,7%) para 49.005 (55,68%).
5) Araruama: de 40.821 (49,3%) para 65.256 (58,25%).
6) Cabo Frio: de 55.423 (43,7%) para 96.704 (51,93%).
7) Rio das Ostras: 14.593 (40,7%) para 43.857 (41,47%).
Fonte:
"ibge"Estes dados são prova inconteste de que os governos existentes na nossa Região dos Lagos são incompetentes, ineficientes e nocivos para a maioria da população. Algum dia, alguém vai ter que pagar por isso. Provam também que só beneficiam uma minoria bem reduzida. Se é assim, por que continuar com eles?
Comentários:
Ruy Borba
Por favor, não confundir uma empresa industrial, com capital intensivo, e tecnologia de ponta com uma empresa de serviços. A produção, no caso da Prefeitura, é serviços a maior. Sobre contratados serão todos substituidos pelos concursados, que foram aprovados na seleção pública. Com o quadro completo, os comissionados serão 15% do total do quadro integral. Uma razoável relação (estranho que na Câmara esa relação seja de 98% de comissionados para 2% de efetivos, e nada se fale a respeito)
16 de Setembro às 23:46