Quarta-feira, 28.05.14
Número de assassinatos cresceu 7,9% no país entre 2011 e 2012
DEMETRIO WEBER E ODILON RIOS
BRASÍLIA E ALAGOAS - O Brasil registrou em 2012 o maior número absoluto de assassinatos e a taxa mais alta de homicídios desde 1980. Nada menos do que 56.337 pessoas foram mortas naquele ano, num acréscimo de 7,9% frente a 2011. A taxa de homicídios, que leva em conta o crescimento da população, também aumentou 7%, totalizando 29 vítimas fatais para cada 100 mil habitantes. É o que revela a mais nova versão do Mapa da Violência, que será lançada nas próximas semanas com dados que vão até 2012.
O levantamento é baseado no Sistema de Informações de Mortalidade (SIM), do Ministério da Saúde, que tem como fonte os atestados de óbito emitidos em todo o país. O autor do mapa, o sociólogo Julio Jacobo Waiselfisz, diz que o sistema do Ministério da Saúde foi criado em 1979 e que produz dados confiáveis desde 1980. As estatísticas referentes a homicídios em 2012, portanto, são recordes dentro da série histórica do SIM.
— Nossas taxas são 50 a 100 vezes maiores do que a de países como o Japão. Isso marca o quanto ainda temos que percorrer para chegar a uma taxa minimamente civilizada — destaca o sociólogo.
Para Waiselfisz, o Brasil vive um “equilíbrio instável”, em que alguns estados obtêm avanços, mas outros tropeçam. Os dados mais recentes mostram que apenas cinco unidades da federação conseguiram reduzir suas taxas de homicídios de 2011 para 2012. Dois deles — Rio de Janeiro e Espírito Santo — se mantiveram praticamente estáveis, com quedas de 0,3% e 0,4%, respectivamente. Os outros três foram Alagoas, com retração de 10,4%; Paraíba, com 6,2%, e Pernambuco, com 5,1%. Ainda assim eles continuam entre os dez estados com maiores taxas de homicídio do país.
São Paulo apareceu na outra ponta. Entre 2011 e 2012, registrou alta de 11,3%, mas segue ainda com a segunda menor taxa do país. Considerando um período maior, de dez anos entre 2002 e 2012, os dados de São Paulo ainda são positivos, pois houve queda de 60% em sua taxa. Nesse mesmo período, o índice do Rio caiu 50%. Na média brasileira, a alta nesses dez anos foi de 2,1%. Para o sociólogo, a análise desses dados comprova que esses dois estados tiveram êxito em suas ações de Segurança Pública, mas que ainda é preciso fazer ajustes.
— Não se pode dizer que o ano de 2012 seja uma tendência, mas é preocupante. As ações pontuais na área de Segurança Pública estão mostrando seus limites. Sem reformas estruturais que mexam no sistema penitenciário e no modelo obsoleto de Polícia Civil e Militar, não conseguiremos resolver o problema. E aí, sim, a tendência vai ser de alta — afirma Waiselfisz.
O sociólogo destaca ainda que a onda de violência migrou das capitais para o interior, na esteira de novos polos de crescimento econômico. Segundo Waiselfisz, as taxas de assassinatos em capitais e grandes municípios diminuíram 20,9%, no período de 2003 a 2012, enquanto as de municípios menores cresceram 23,6%.
Líder em violência e cobaia do plano federal Brasil Mais Seguro, Alagoas acumula 64,6 assassinatos por 100 mil habitantes. De janeiro a abril deste ano, 820 pessoas foram assassinadas (contra 765 ano passado). O secretário de Defesa Social alagoano, Diógenes Tenório, informou que só comentará os dados após a publicação do Mapa. Uma das propostas para combater o crime é a parceria da Polícia Militar com projetos sociais de redução do consumo de drogas. Segundo a secretaria, 70% dos homicídios têm a droga como pano de fundo. Outra ação é o reforço no policiamento em áreas críticas.
A Secretaria de Segurança Pública de São Paulo também informou que não comentaria o estudo por não ter tido acesso aos dados. No entanto, lembra que, em 2012, sua taxa de homicídios foi de 11,53 para cada 100 mil habitantes, na época, a mais baixa do país.
Fonte: http://oglobo.globo.com/pais/mapa-da-violencia-2014-taxa-de-homicidios-a-maior-desde-1980-12613765#ixzz331fnGMcJ
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Segunda-feira, 12.05.14
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Estudos Socioeconômicos de Armação dos Búzios 2013 Armação dos Búzios, TCE-RJ |
Os DADOS
Na Região dos Lagos alguns governos municipais oferecem serviços públicos de Saúde que não condizem com a realidade econômica dos seus municípios. Como explicar o fato de municípios muito ricos terem um sistema público de Saúde de terceira categoria? Má gestão ou corrupção? Ou os dois ao mesmo tempo?
Cabo Frio e Rio das Ostras têm PIBs de quase 10 bi de reais (dados de 2011). O primeiro, 9,36 bilhões de reais e o segundo, 9,22. Em terceiro lugar vem Armação dos Búzios, com 1,79 bi. Os outros PIBs são: Araruama, 1,38 bi; São Pedro da Aldeia, 1,04 bi; Arraial do Cabo 445 milhões e Iguaba Grande 288.
Rio das Ostras é o município mais rico entre os citados, com renda per capita de R$ 83.103,00. Seguido de Armação dos Búzios com R$ 63.461,00. Em terceiro, vem Cabo Frio com R$ 49.087,00, em seguida Arraial do Cabo, R$ 15.905,00, Araruama R$ 12.148,00, São Pedro da Aldeia R$ 11.614,00 e Iguaba Grande R$ 11.422,00.
Com o dinheiro dos royalties caindo no colo dos Prefeitos da Região sem que eles precisem fazer qualquer coisa para isso e sem que a aplicação desses recursos passem pelo crivo de um Conselho dos Royalties, observa-se em quase todos os municípios da Região que eles não são empregados na melhoria das condições de vida da população. Investe-se mal e/ou desviam-se recursos que deveriam ser aplicados na Saúde, Educação, geração de trabalho e renda, mobilidade, saneamento, regularização fundiária, segurança, etc.
Se não bastassem, ou por isso mesmo, serem detentores de PIBs milionários, também têm receitas totais anuais vultosas. Em 2012, Cabo Frio teve receita total R$ 737 milhões. Rio das Ostras, em seguida, teve R$ 733 milhões. Araruama, R$ 211 milhões; Armação dos Búzios, R$ 193 milhões; São Pedro da Aldeia, R$ 138 milhões; Arraial do Cabo, R$ 117 milhões;e Iguaba Grande, R$ 67 milhões.
Como explicar que Armação de Búzios tenha IDSUS igual a 5,14, se o município tem a 6ª melhor receita per capita do estado, R$ 6.659,00? E Rio das Ostras, IDSUS de 4,06, e a 8ª melhor receita per capita, R$ 6.307,62? Arraial do Cabo IDSUS igual a 4,93, e receita per capita de R$ 4.132,87, a 22ª melhor do estado? Cabo Frio, IDSUS 5,77 e R$ 3.777,77 de receita per capita a 30ª melhor do estado?
O SUS
"O Índice de Desempenho do SUS – IDSUS é um indicador síntese elaborado pelo Ministério da Saúde que faz uma aferição contextualizada do SUS quanto ao acesso (potencial ou obtido) e à efetividade da atenção básica, da atenção ambulatorial e hospitalar e das urgências e emergências. Pretende subsidiar ações, presentes e futuras, dos gestores municipais, estaduais e federais, a fim de melhorar a qualidade dos sistemas de serviços e a saúde dos brasileiros. O índice varia de 0 a 10, e quanto mais alto, melhor. De acordo com o Ministério da Saúde, o serviço do SUS pode ser considerado bom com nota superior a 7,00. A pesquisa, divulgada em março de 2012, atribuiu ao SUS no Brasil a nota 5,47, ficando o estado do Rio de Janeiro com 4,58 e a cidade do Rio de Janeiro com 4,33. Dentre os municípios fluminenses, o principal destaque foi Piraí, com nota 7,30".
"A área de saúde foi apontada, em 2011, como tema de maior significância na programação das auditorias do TCE-RJ. O tribunal avaliou a atenção básica (Programa Saúde da Família – PSF), as centrais de regulação (que administram o fluxo de pacientes entre os postos de saúde, ambulatórios e hospitais de urgência e emergência), as unidades de pronto atendimento (UPAs) e o planejamento municipal em saúde. Após o exame da matéria, o Plenário determinou a 88 municípios que elaborem planos de ação para sanar as falhas no PSF. Os resultados do trabalho permanecem na Vitrine de Auditorias implantada no portal do TCE-RJ.
"Todos os municípios do estado, com exceção da Capital, tiveram suas estratégias de saúde da família avaliadas. Cerca de 300 unidades de saúde foram visitadas. Nas 44 UPAs em funcionamento à época da auditoria – 23 sob responsabilidade somente do estado, 20 sob responsabilidade conjunta do estado e dos municípios, e uma federal – o TCE-RJ constatou que 80% dos atendimentos fugiam ao objetivo inicial, que era cobrir casos de urgência e emergência para reduzir a lotação da rede hospitalar. As UPAs apresentavam ainda problemas no processo de admissão dos profissionais, na localização, na acessibilidade dos pacientes e no cumprimento das normas técnicas. Em seguida, o TCE-RJ analisou o planejamento em três das nove regiões de saúde do estado – Norte, Médio Paraíba e Baía da Ilha Grande – no total de 23 municípios. Desses, apenas nove tinham planejamento na área de saúde. Quanto à presença de especialistas, eles eram suficientes em 9% dos municípios, insuficientes em 52% e não existiam em 39%. A estrutura física era adequada em 17% dos jurisdicionados, razoável em 14% e inadequada nos demais. São Fidélis, Campos e Niterói não contavam com Saúde da Família (Niterói tinha um programa semelhante). Nos outros 88 municípios, havia problemas com as equipes (admissões irregulares, não cumprimento da carga horária, baixa remuneração), na infraestrutura das unidades (má localização e má conservação, dimensões erradas das salas e consultórios, falta de equipamentos) e na assistência farmacêutica (aquisição inadequada de medicamentos, distribuição, armazenamento e entrega irregulares). Em 68 municípios não existia comissão de farmácia e terapêutica e em 73 não havia relação de medicamentos essenciais".
A auditoria do TCE-RJ constatou que em todos os municípios da Região dos Lagos havia problemas com a composição das equipes de Saúde (admissão irregular de pessoal e descumprimento de jornada de trabalho), na estrutura física e equipamentos das Unidades de Saúde da Família (dimensões erradas das salas e consultórios, falta de mobiliários ou equipamentos mínimos, má localização e má conservação) e na assistência farmacêutica (aquisição inadequada de medicamentos, distribuição, armazenamento e entrega irregulares). Em Cabo Frio, Iguaba Grande, São Pedro da Aldeia e Arraial do Cabo ainda se constatou que as equipes da saúde foram constituídas de forma irregular.
Observação: a maior prova de que o problema na Saúde dos municípios é de gestão e/ou corrupção está no fato de que recursos não faltam. Em 2011, Armação dos Búzios gastou R$ 1.535,34 por habitante com a Saúde municipal. Não seria melhor pegar esse dinheiro e fazer um plano de saúde privado para cada morador do município? Com certeza, ainda sobraria dinheiro. Outros gastos per capita com a Saúde: Cabo Frio= R$ 699,23; Rio das Ostras= R$ 660,98; Iguaba Grande= 542,58; Arraial do Cabo= R$ 527,87; São Pedro da Aldeia= 299,79 e Araruama= R$ 287,21.
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Sexta-feira, 14.02.14
Procurando contribuir para o debate sobre a relação entre violência e condição socioeconômica, apresento a seguir dados do DATASUS que, ao meu ver, demonstram que a esquerda não está tão errada assim ao acreditar que a violência tem muito a ver com a condição socioeconômica. Quando digo que tem muito a ver não estou dizendo que a condição social seja a única causa. Existem outras motivações de ordem cultural, psicológica, etc, mas, com certeza, é a principal causa.
Acredito que estes dados extraídos de nossa realidade próxima- municípios da Região dos Lagos- sejam mais esclarecedores do que qualquer discussão teórica acerca do tema.
O DATASUS faz há algum tempo um levantamento de todas as causas deóbitos em todos os municípios brasileiros. Uma causa de óbito chama a atenção e diz respeito ao tema. São as chamadas “agressões”. Em 2011, foram registrados pelo sistema SUS 1.002 óbitos (474 por local de residência e 528 por local de ocorrência) por agressões na outrora pacata Região dos Lagos. Peguemos uma das principais agressões, a "agressão por disparo de arma de mão". O Instituto Sangari, contratado pelo Ministério da Justiça, se baseia nesses dados para elaborar o Mapa da Violência do Brasil.
Em nossa "tranquila" Região dos Lagos, em 2011, ocorreram 236 óbitos por "disparo de arma de mão": 113 por local de residência e 123 por local de ocorrência. Para o nosso objetivo, esta diferenciação não tem importância. Vamos considerar os dados globais.
Desses 236 óbitos toatais, 148 (71 residentes e 77 não residentes) ocorreram em Cabo Frio, 58 em São Pedro da Aldeia, 20 em Búzios, 7 em Arraial do Cabo, 2 em Iguaba Grande e 1 em Araruama.
O DATASUS serve para nossa argumentação porque não se limita apenas a registrar números de óbitos. Apresenta-nos alguns dados socioeconômicos dessas pessoas mortas. A maioria (125 , 52%) é constituída de jovens com idade compreendida entre 20 e 29 anos (32%) e 15 a 19 anos (20%); são majoritariamente homens; apenas 24 são mulheres; 131 (55%) foram considerados pretos ou pardos; brancos, 103; de 230 não se conseguiu descobrir a quantidade de anos de estudos; 183 são solteiros; 133 morreram em via pública, apenas 41 em hospital.
Compreende-se que os dados não sejam muito precisos. Afinal estamos falando de homicídios. Mas o dado "cor" é muito revelador. Ninguém contesta que as pessoas de "cor" preta ou parda pertecem às classes mais exploradas economicamente e oprimidas socialmente. Provavelmente não temos doutores, ou pessoas com muitos estudos, já que a quantidade de anos de frequência escolar é ignorada. Se não bastasse isso, ainda teríamos testemunhos. Quem na Região dos Lagos não soube ou presenciou a ocorrência de mortes em vias públicas, de jovens, de cor preta ou parda, com pouco ou nenhum estudo e pertencentes a família pobres?
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Quarta-feira, 27.03.13
As Secretarias de Saúde coletam as Declarações de Óbitos dos cartórios e entram, no SIM, as informações nelas contidas. Uma das informações primordiais é a causa básica de óbito, a qual é codificada a partir do declarado pelo médico atestante, segundo regras estabelecidas pela Organização Mundial de Saúde.
De 1979 a 1995, as declarações de óbito eram codificadas utilizando-se a 9ª Revisão da Classificação Internacional de Doenças - CID-9. A partir de 1996, passou-se a utilizar a 10ª Revisão - CID-10. Devido às diferenças entre as revisões, não foi possível gerar uma lista que as compatibilizasse.
De uma maneira geral, as Secretarias Municipais e Estaduais de Saúde enviam periodicamente a sua Base de Dados para o Ministério da Saúde. Este só pode considerar a Base Nacional completa quando todas as UF enviaram seus dados. A partir daí, é feita a consolidação, inclusive com a redistribuição dos óbitos pelo local de residência, a qual é a forma tradicional de apresentar os dados de Mortalidade. Eventualmente, são feitas algumas correções nas informações, em conjunto com as Secretarias Municipais e Estaduais, principalmente quanto ao cruzamento de causa de óbito por sexo e idade".
Os últimos dados consolidados do município são de 2010. Neste ano, ocorreram em Búzios 286 óbitos. Destes, 135 foram óbitos ocorridos em Búzios mas de pessoas não residentes na cidade. Considerando apenas óbitos de residentes, tivemos 151 óbitos.
Chama a atenção de quem pesquisa as causas de morte dos buzianos o registro "causas externas de morbidade e mortalidade". É a segunda causa de mortalidade na cidade, só superada pelas "doenças do aparelho circulatório" que mataram, em 2010, 37 moradores. As "causas externas", 24. Em terceiro lugar, vem as "doenças do aparelho respiratório" com 22 mortes.
E que "causas externas" são essas? O DATASUS discrimina:
1) Agressões - 13
2) Eventos, fatos, cuja intenção é indeterminada - 3
3) Motorista traumatizado em um acidente de transporte - 2
4) Afogamento e submersão acidentais - 2
5) Ciclista traumatizado em um acidente de transporte - 1
6) Outros acidentes de transporte terrestre - 1
7) Outros riscos acidentais à respiração - 1
8) Exposição acidental a outros fatores e aos não especificados - 1
E que "agressões" seriam essas? Em 2008 e 2009, as agressões provocaram 20 óbitos.
Dos 13 óbitos por agressão de 2010, 12 foram de "agressão por arma de fogo de mão" e 1 por "agressão por meio de objeto contundente ou penetrante". Em 2008, 18 morreram por arma de fogo. Em 2009, 14.
Dessas 12 agressões por arma de fogo ocorridas em 2010 em Búzios, 5 envolveram jovens de 20 a 29 anos. Em 9 delas, os autores eram de cor branca. A escolaridade de 10 agressores é desconhecida. Seis delas ocorreram em vias públicas e duas em domicílios.
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Sábado, 22.10.11
Seguindo a recomendação feita pelo Dr. Marcelo no blog do professor Chicão (ver : "Dr Marcelo Paes e a Saúde em Búzios e Cabo Frio") pesquisei os parâmetros recomendados de cobertura assistencial do SUS estabelecidos pela portaria 1.101/2002 do Ministério da Saúde. O número de tomografias computadorizadas feitas por ano deve corresponder a 0,20% do total de consultas médicas anuais. A portaria considera que cada habitante faz, em média, de 2 a 3 consultas médicas por ano. Vamos considerar para os nossos cálculos o valor mais alto de 3 consultas/hab/ano.
1) Araruama - População: 112.008 hab. Consultas médicas anuais: 336.024. Número de tomografias computadorizadas aceitável: 0,20% de 336.024 = 672.
2008= 672; 2009= 427; 2010= 144; 20011 (até agosto)= 156.
Avaliação: dentro dos parâmetros. 2) Armação dos Búzios - População: 27.560 hab. Consultas médicas/ano: 82.680. Tomografias: 165.
2008= 7; 2009= 23; 2010= 23; 2011= 35.
Avaliação: ok.
3) Arraial do Cabo - População: 27.715 hab. Consultas médicas: 83.145. Tomografias: 166.
2008= 24; 2009= 21; 2010= 21; 2011= 13.
Avaliação: ok.
4) Cabo Frio - População: 186.227 hab. Consultas médicas: 558.681. Tomografias: 1.117.
2008= 5.229; 2009= 5.377; 2010= 6.004; 2011= 4.470.
Avaliação: são mais de 4.000 tomografias por ano acima do aceitável!
5) Iguaba Grande - População: 22.851 hab. Consultas médicas: 68.553. Tomografias: 137.
2008= 7; 2009= 18; 2010= 40; 2011= 22.
Avaliação: ok.
6) São Pedro da Aldeia - População: 87.875. Consultas médicas no ano: 263.625. Tomografias: 527.
2008= 270; 2009= 221; 2010= 155; 2011 (até agosto) = 779.
Avaliação: no ano corrente, até o mês de agosto, já ultrapassou o parâmetro recomendado.
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Quarta-feira, 19.10.11
Segundo o DATASUS, o município que teve, em 2010, o maior gasto per capita em Saúde da Região dos Lagos foi Armação dos Búzios. Gastamos R$ 1.346,37 por habitante/ano. Este resultado foi obtido dividindo-se a despesa total realizada na Saúde de R$ 37.106.116,03 pela população de 27.560 (censo de 2010).
Em segundo lugar vem Rio das Ostras com R$ 632,81. (R$ 66,9 milhões, 105.757 hab).
Cabo Frio é o terceiro com R$ 587,35. (R$ 109, 3 milhões, 186.227 hab).
4º - Iguaba Grande - R$ 474,10 (R$ 10,8 milhões, 22.851 hab)
5º - Arraial do Cabo - R$ 473,26 (R$ 13,1 milhões, 27.715 hab)
6º - São Pedro da Aldeia - R$ 273,35 (R$ 24,0 milhões, 87.875 hab)
7º - Araruama - R$ 235,23 (R$ 26,3 milhões, 112.008 hab).
Considerando o que Otavinho disse no O Perú Molhado de que a corrupção na Saúde em Búzios está em 50%,
Considerando que nem o secretário de saúde nem o Prefeito vieram a público negar tal afirmativa,
concluo que este é o principal motivo para termos uma saúde tão ruim, apesar de gastarmos uma fortuna com ela. O segundo motivo é incompetência mesmo, que por sinal é aliada da corrupção.
Gastamos o dobro do que gasta Rio das Ostras e temos uma Saúde muito pior. Melhor do que a de Cabo Frio, com certeza, nossa saúde não é. Nos equiparamos às demais que gastam menos de um terço do que gastamos. Algo muito de errado deve estar acontecendo com nossa saúde. Não seria melhor pegar estes R$ 1.346,37 e entregar na mão de cada morador para que eles fizessem um plano de saúde privado? O povo não desfrutaria de uma saúde melhor?
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Quarta-feira, 19.10.11
Em 2011 (até agosto), segundo informação da Produção Ambulatorial do DATASUS por local de residência, temos o seguinte quadro de diagnósticos feitos por Radiologia:
1) Araruama - 2.299. Considerando a população de 112.008 (censo de 2010), temos 20,52 diagnósticos feitos por radiologia por 1000 habitantes. Gasto (valor aprovado): R$ 105.420,70
2) Armação dos Búzios - 482. O que dá 17,48 tomografias por 1000 habitantes. Gasto: R$ 21.532,50
3) Arraial do Cabo - 605. 21,83/1000 hab. Gasto: 27.022,50
4) Cabo Frio - 5.236. 28,11/1000 hab. Gasto: R$ 231.705,00.
5) Iguaba Grande - 9. 0,39/1000 hab. Gasto: R$ 360,00
6) São Pedro da Aldeia - 1.646. 18,73/100 hab. Gasto: R$ 74.931,20
7) Saquarema - 932. 12,55/1000 hab. Gasto: 41.512,50.
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Terça-feira, 18.10.11
No filme "Todos os homens do presidente" os jornalistas Carl Bernstein e Bob Woodward, investigadores do caso Watergate nos Estados Unidos- escândalo que acabou derrubando o presidente Nixon em 1973- encontraram-se com o informante deles, o Garganta Profunda, em uma garagem subterrânea, quando ouviram a dica crucial para suas investigações:
- “Sigam o dinheiro”.
O Corruptômetro que mede a corrupção na Região dos Lagos nos informa que na Saúde ela está fifty-fifty (meio a meio). Se o MP, os Conselhos de Saúde, a Justiça, etc, quiserem realmente investigar, basta seguir o rastro das tomografias feitas a torto e a direito em nossos municípios. Seguindo-as, deve-se chegar a um corpo, pelo menos no papel, com endereço e outros dados.
Em 2011 (até agosto), segundo informação da Produção Ambulatorial do DATASUS por local de residência, temos o seguinte quadro de diagnósticos feitos por tomografia:
1) Araruama - 156 tomografias realizadas até agosto de 2011. Considerando a população de 112.008 (censo de 2010), temos 1,39 tomografias por 1000 habitantes. Custo: R$ 18.220,10.
2) Armação dos Búzios - 35. O que dá 1,26 tomografias por 1000 habitantes. Custo: R$ 3.895,92.
3) Arraial do Cabo - 13. 0,46/1000 hab. Custo: R$ 1.334,63.
4) Cabo Frio - 4.470. O que dá o astronômico número de 24,00/1000 hab. Custo: R$ 496.222,29.
5) Iguaba Grande - 22. 0,96/1000 hab. Custo: R$ 2.748,08.
6) São Pedro da Aldeia - 779. 8,86/100 hab. Custo: R$ 83.187,00.
7) Saquarema - 400. 5,38/1000 hab. R$ 43.302,42.
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Quarta-feira, 12.10.11
No site do Datasus consta a farmácia São José de Búzios Ltda - Me , Rua Manoel Turíbio de Faris 187, B, telefone: 2623-4955
O Governo Federal criou o Programa Farmácia Popular do Brasil para ampliar o acesso aos medicamentos para as doenças mais comuns entre os cidadãos. O Programa possui uma rede própria de Farmácias Populares e a parceria com farmácias e drogarias da rede privada, chamada de "Aqui tem Farmácia Popular".
A campanha “Saúde Não Tem Preço” foi lançada no dia 03 de fevereiro de 2011, pela Presidenta Dilma Roussef, com o objetivo de disponibilizar, gratuitamente, a partir do dia 14 de fevereiro, medicamentos indicados para o tratamento de hipertensão e diabetes nas farmácias e drogarias credenciadas no Programa “Aqui Tem Farmácia Popular”. (Ver relação de remédios abaixo)
Captopril 25 mg, comprimido |
Maleato de enalapril 10 mg, comprimido |
Cloridrato de propranolol 40 mg, comprimido |
Atenolol 25 mg, comprimido |
Hidroclorotiazida 25 mg, comprimido |
Losartana Potássica 50 mg |
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Segunda-feira, 05.09.11
Segundo o DATASUS 30 buzianos-residentes e 33 não-residentes morreram em Búzios em 2009 por "causas externas". Por "causas externas" o órgão entende "acidentes" e "agressões".
Observação: o primeiro número refere-se a residentes e o número entre parenteses a não-residentes.
I) Acidentes: 11(10)
I-1) Acidentes de transporte - 7 (6)
I-1-1 - Ciclista - 3 (2)
I-1-2 - Pedestre - 1 (1)
I-1-3 - Motociclista - 2 (2)
I-1-4 - Outros - 1 (1)
I-2) Afogamentos e submersões acidentais - 1(5)
I-3) Outras causas - 2(0)
Se já tivéssemos nossa ciclovia, 5 vidas poderiam ter sido poupadas. Se já tivéssemos feito um projeto de mobilidade urbana e a licitação de transporte coletivo, talvez todas estas 13 vidas fossem poupadas. Mas o prefeito prefere ter na chefia do gabinete de planejamento um secretário incompetente que nada planeja, nada fiscaliza e nada faz. Às vezes, incompetência é mortal.
II) Agressões: 20(21)
II-1 - Por disparo de arma de fogo de mão - 12(15)
II-2 - Por disparo de outra arma de fogo ou Não especificada - 2(1)
II-3 - Por objeto cortante ou penetrante - 1(1)
II-4 - Por meio de objeto contundente - 1(2)
II-5 - Por meios não especificados - 2(1)
II-6 - Eventos cuja intenção é indeterminada - 2(1)
Os últimos dados do DATASUS de 2009 provam que Búzios continua liderando o ranking de violência no Estado do Rio de Janeiro. São dados do DATASUS e não da polícia, prefeito! Não adianta vir com a desculpa esfarrapada de registro de ocorrências de Cabo Frio em Búzios. O DATASUS utiliza seus próprios dados e não os da polícia, por sinal nada confiáveis por subnotificação. São 41 mortes violentas no ano com uma população de pouco mais de 27 mil habitantes. Veja abaixo levantamento rigoroso destas mortes feito pelo DATASUS quanto à idade, cor, escolaridade, estado civil e local.
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