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Escombros da demolição das mansões na praia da Armação, foto 1 |
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Escombros da demolição das mansões na praia da Armação, foto 2 |
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Escombros da demolição das mansões na praia da Armação, foto 3 |
"A última das três mansões, que ameaçavam desabar, foi demolida na tarde desta quarta-feira (23), em Armação dos Búzios, Região dos Lagos do Rio de Janeiro. Foram quase duas semanas de medo e preocupação na Orla Bardot. No dia treze deste mês, a chuva desestabilizou o terreno e as três mansões, no alto do morro, começaram a deslizar junto com a encosta.
Rachaduras tomaram conta das estruturas e o risco de desabamento era constante. Parte de um muro caiu e outros dez imóveis foram interditados. Um acesso para as máquinas teve que ser construído para que a demolição fosse feita. Na terça-feira (22), engenheiros começaram a demolição dos imóveis de luxo. Em dois dias as três casas foram colocadas abaixo.
O serviço agora vai para a terceira etapa, a de retirada do entulho, na semana que vem. A Defesa Civil ainda não tem prazo para a liberação das casas e comércio. Depois da limpeza do terreno um muro de contenção da encosta terá que ser construído, o que não tem data para o início".
Meu comentário:
Seria muito interessante saber em que governo a obra do condomínio foi liberada. Em que governo e qual o secretário? Em que governo, qual o secretário e qual o engenheiro que fez os cálculos? Por fim, qual o arquiteto que projetou o condomínio? Estas perguntas precisam ser respondidas porque, todos sabem, o licenciamento de obras em Búzios, com raríssimas exceções, desde a emancipação, virou caso de polícia. Estima-se que cada mansão demolida valia 3 milhões de reais. Três mansões, 9 milhões. Quem vai ficar com o "preju"?
Recebi por email o vídeo (de um cinegrafista amador) feito no dia 12 de julho, na Rua 1, casa 10, na Rasa. O autor prefere ficar anônimo.
"Existe uma servidão que deveria ser manilhada desde o Cruzeiro, porém o manilhamento termina na rua 2, e a água passa por cima na rua 1 e acaba alagando sempre a Piscina do INEFI.
Com as chuvas a terra está começando a ceder no fundo do terreno e pode vir a colocar em risco a casa 10.
Em Dezembro, nas chuvas, o muro caiu com a força da água e desde lá a prefeitura prometeu vir arrumar.
Alguns engenheiros do meio ambiente e do Planejamento tiveram no local e começaram a elaborar um projeto técnico para solucionar, porém com a mudança do secretário de meio ambiente ficamos abandonados.
E essa chuva novamente está fazendo estragos, a água passa toda no quintal".
cinegrafista amador.
Meu comentário:
Parte dessa água vem parar aqui em casa, via Lagoa da Marina, que fica em frente ao Búzios Resort, na parte baixa da Hípica. A Lagoa está recebendo estas águas, mais as que vêm do Cruzeiro e do Arpoador. Quando a Lagoa transborda, a Marina sofre.
Minha rua:
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Rua com água até a metade da canela |
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Rua inundada, dia 12 de julho |
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Rua perpendicular à minha também inundada |
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Minha rua hoje pela manhã |
Meu comentário:
Moro em Búzios desde 2001. Minha rua nunca alagara até 2009. As chuvas de janeiro desse ano quase invadiram minha casa. Note-se que ela foi construída 30 cm acima do nível da rua e está localizada a menos de 200 metros do Canal da Marina. Como ficar inundada? Constatou-se aquela época que os bueiros da Avenida dos Gravatás- a rua principal, que beira o canal- estavam todos entupidos, apesar da Prefeitura, em todos os governos, pagar uma fortuna a empresas terceirizadas para realizar o serviço. No governo Mirinho, paga-se 6 milhões de reais para a manutenção de vias pavimentadas e não pavimentadas. Neste governo, a CPI do BO apurou que a licitação deste serviço foi fraudada. E sabe-se muito bem que quando a licitação é fraudada das duas uma: ou o serviço não é feito ou se entrega menos produtos do que os comparados. Não tem agenda positiva que resista, meu caro vereador Lorram!
Só vejo uma solução: o Povo de Búzios parar de pagar impostos enquanto não se resolver o nosso problema de drenagem. Não faz sentido um município pequeno e cercado de mar por quase todos os lados ter problema de inundação.
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Pediculus humanus (piolho), foto Wikipédia |
Muito se falou a respeito das possíveis causas das inundações ocorridas em vários bairros de Búzios no dia 18 de dezembro e do derrame, uma semana antes, de grande quantidade de esgoto na praia Rasa via rio Una. As inundações teriam ocorrido devido à falta de limpeza periódica dos bueiros, inexistência de rede de drenagem em todos os bairros, impermeabilização do solo com a construção desenfreada de condomínios ao longo dos anos, maior adensamento populacional com as liberações irregulares de construções, etc. Já o derrame- explicou-se oficialmente- não seria de esgoto mas VINHOTO, proveniente de uma indústria de álcool instalada nos arredores.
Excetuando-se a explicação “oficial” do VINHOTO, por risível, e que não convenceu a ninguém, todas as outras causas apontadas têm sua razão de ser. Mas a meu ver tem uma causa que não foi apontada por ninguém e que pra mim é a principal, porque ela é a razão de ser da existência das outras: a presença dos muquiranas na política buziana.
Segundo o dicionário do Aurélio, muquirana é um “piolho de pele”, um inseto, um “ectoparasito do corpo humano”. Tem também o sentido de “avaro”, “maçante”, muito usado em outros estados brasileiros. Aqui no Rio de Janeiro- interpretação que vou utilizar- o termo é usado como inseto e parasito. Uma pessoa muquirana é uma pessoa menor (inseto) que não trabalha e que se habituou a viver a custa alheia (parasito).
O muquirana da política buziana, em geral, possui pouco estudo, não tem uma formação profissional regular e tem pouca cultura. Possui também baixa estima. Por não ser bem sucedido na vida profissional e financeira vê na política uma forma de se dar bem. A primeira coisa que faz é se filiar a um partido qualquer, escolhido não pela sua ideologia, isso não importa nem um pouco, mas pela possibilidade de através dele conseguir uma boquinha na Prefeitura ou na Câmara de Vereadores. Em geral, o muquirana opta por um partido da base do governo. São estes partidos os que dispõem de maiores ofertas de empregos. Em último caso, pode ser mesmo um partido de oposição, desde que tenha representação no Legislativo, afinal a Casa também é grande empregadora.
Os muquiranas buzianos, como parasitas que precisam sobreviver do sangue alheio, conhecem como ninguém os meandros dos bastidores da Política local. Por isso sempre concorrem, desde a emancipação, a uma vaga no Legislativo buziano. Concorrem não pra ganhar, mas porque sabem que precisam, a cada eleição, aferir seu cacife político pra negociar um cargo à altura de seu desempenho eleitoral. Já entram na disputa, recebendo alguma remuneração mínima. Alguns, negociam sua desistência no mercado negro eleitoral, e passam a apoiar, ainda durante as eleições, determinado candidato com mais chances eleitorais. Em geral, este candidato apoiado já tem mandato. Podem receber algum dinheiro em espécie durante o processo eleitoral, mas o objetivo final são os cargos comissionados de livre provisão do Prefeito e da Mesa Diretora da Câmara de Vereadores. Por sinal, os melhores empregos da Cidade. Os muquiranas podem ser tudo, menos bobos.
Não precisamos nem citar os nomes deles porque os muquiranas da política buziana são muito bem conhecidos. Vivem rondando os gabinetes dos vereadores e as secretarias municipais. Seus nomes constam da relação dos mais de 150 candidatos a vereador nas eleições municipais. Como só se elegem 9, tirando talvez mais meia dúzia de candidatos pra valer, o que sobra é formado de muquiranas. Formam um verdadeiro bando de parasitas em busca de sangue público.
Alguns um pouco mais articulados assumem cargos de direção em partidos com sede em Búzios. Normalmente indicados por algum deputado ou senador também muquirana. Digo isto porque não existem apenas muquiranas pobres. Existem também muquiranas de colarinho branco. E como? Mas estes deixaremos para um outro artigo.
E o que tem isso a ver com as inundações e derrame de esgoto na Praia Rasa? Vou tentar explicar. O muquirana como parasita que é, precisa de sangue alheio pra sobreviver. Na política buziana isso significa emprego público. Este é o sangue que necessita, que o alimenta. Emprego público significa recurso público. Como são centenas deles, muitos recursos, que poderiam ser investidos na Cidade em saneamento e drenagem, são direcionados pra sustentar esta turma de parasitas. Como assumem os empregos públicos a partir de acordos pré-eleitorais, não são demissíveis. Por isso, muitos deles não se dão nem ao trabalho de aparecer no emprego. Têm estabilidade de muquirana oficial.
Acredito que os muquiranas da política buziana consumam atualmente 13 milhões de reais por ano de nosso orçamento. O cálculo é simples de fazer. Considerando, a grosso modo, que tenhamos 600 cargos comissionados e 300 de contratados, e que a Cidade funcionasse muito bem com 150 comissionados em cargos de Chefia, Direção e Assessoramento, e que os contratos pudessem ser reduzidos para 100, teríamos eliminados 550 cargos (350 comissionados e 200 contratados). Multiplicando-se este valor por R$ 2.000,00- salário médio do funcionalismo público municipal- obteríamos 1.100.000,00 por mês de economia com a folha de pagamento dos muquiranas, o que dá 13.000.000,00 por ano. Este valor equivale a 6,5% de nossas receitas totais. Só pra comparação, em 2013 tivemos apenas 3% de capital de investimento, ou seja 6 milhões de reais. Porque? Porque os muquiranas (da política e das terceirizações) consumiram todo o resto.
Nosso primeiro prefeito resolveu não investir recursos públicos em saneamento (inclui também drenagem), assinando o contrato de terceirização do serviço com o Governo do Estado do Rio de Janeiro em 1997, porque vislumbrou a possibilidade de reservar estes recursos para investir nos muquiranas do seu curral eleitoral em formação. Nossa primeira Câmara de Vereadores seguindo a vontade do Prefeito, abriu mão de suas prerrogativas, delegando ao Consórcio Intermunicipal Lagos São João o poder de estabelecer nossa política de saneamento. É por isso que a Prolagos faz o que quer em Búzios e nossas autoridades municipais não fazem nada.
De lá pra cá, todos os governos adotaram a política muquirana de sustentar parasitas com dinheiro público. É por isso que não temos um tostão pra tratar de nosso esgoto e fazer drenagem de nossas ruas. Não temos dinheiro nem mesmo para a contrapartida necessária em possíveis convênios que venham a ser assinados com o governo federal e estadual.
Dos outros muquiranas de colarinho branco- alguns muquiranas empresários terceirizados- falarei em outro artigo. Adianto que eles, assim como os muquiranas da política, também sugam dinheiro público em terceirizações desnecessárias e caras. Também são co-responsáveis pelas inundações e pela falta de saneamento básico em nossa Cidade.
Resumindo: ou o povo de Búzios acaba com os muquiranas ou eles acabam com Búzios!
Comentários no Google+:Muito bom ! Deu uma Bela aula como sempre LUIZ. Pois se houvesse vereadores que tbm não sustentassem Muquiranas e tbm não fosse . A nossa Cidade realmente seria bem melhor. Pois eles tem o poder p/ combater os muquiranas mas não fazem por que também fazem parte do ninho.
Comentários no Facebook:
Dr. André, prefeito de Búzios, concede entrevista a Ademilton Ferreira, da rádio Litoral, no dia 27 de dezembro. Gravei dois trechos mais importantes.
Vejam o link:
http://youtu.be/N_J_CTulZigObservação:
Não é mentira não, prefeito! Está documentado. O senhor autorizou, junto com os prefeitos de Cabo Frio, São Pedro da Aldeia e Iguaba Grande , que a Prolagos fizesse a transposição dos efluentes de esgoto tratado das ETEs de Iguaba Grande, de São Pedro da Aldeia e do Jardim Esperança para o rio Una, atendendo a recomendação do Consórcio Intermunicipal Lagos São João (CILSJ).
Guardas marítimos ambientais
Recebi denúncia por e-mail que 34 guardas marítimos ambientais concursados estão recebendo salários sem fazer nada. É verdade Secretário de Meio Ambiente? Também é verdade que a prefeitura tem guardas marítimos contratados, apesar da realização do concurso? E o Regimento Interno da categoria? Já foi criado?
Socorro às vítimas da inundação em Cem Braças
Por e-mail fui informado que no dia 24, véspera do Natal, a secretária de Desenvolvimento Social , Trabalho e Renda, Cláudia Carrilho, encerrou os trabalhos de socorro às vítimas da inundação na Cem Braças às 14:00 horas sob o pretexto de que seus funcionários precisavam descansar por estarem exaustos. Nada mais justo. Mas a ajuda não poderia parar, porque as vítimas ficariam desamparadas. Mesmo com funcionários públicos de outras secretarias (meio ambiente, ordem pública, e guardas parque do INEA) se oferecendo para continuar os trabalhos de assistência aos necessitados, a secretária bateu pé e fechou o CEPEDE, que funcionava como centro de triagem de doações.
A grande preocupação dos que participavam do socorro era a distribuição imediata dos Kits de limpeza doados pelo estado do Rio de Janeiro já que havia grande perigo de contaminação dos moradores pela água contaminada. Não se poderia esperar o dia seguinte. Mas a secretária só liberou água mineral, roupas e brinquedos. O Kit de limpeza teria que ser distribuído apenas por ela, depois de conferido e contado. Mesmo com o subsecretário de meio ambiente se responsabilizando pelo material, a secretária bateu pé e negou-se a permitir a distribuição dos kits, o que deixou todo mundo chocado. A atitude autoritária e desumana da secretária estaria escondendo interesses políticos eleitorais? Fica o registro.
Recebi email de Ricardo D'Agosto que publico como direito de resposta:
"Mando este e-mail em resposta a matéria lida no blog Iniciativa Popular dia 27 de Dezembro de 2013, onde segundo a matéria nós (Guardas Marítimos Ambientais) receberíamos sem trabalhar. É sim verdade que não temos regimento interno, estatuto, risco de vida nem regulamentação ainda, mas apesar disso nós trabalhamos SIM, não temos toda a estrutura que deveríamos, mas mesmo assim fazemos vários trabalhos como segue em anexo as fotos, posso citar alguns como: Salvamento nas praias, limpeza de lixo na ilha feia e no mar, combate a incêndio, captura de Jacaré, limpeza nas praias, recuperação de animais feridos (tais como pinguins), participação na desativação de carvoaria clandestina, plantio de mudas na rua das pedras e na praça cruzeiro, ajuda as vitimas da enchente ocorrida em Búzios ( entrega de mantimentos, colchões, água, etc...), dentre outras operações".Meu comentário:
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Guarda Marítimo Ambiental, foto de Ricardo DÁgosto |
Pelas fotos que você me enviou Ricardo não dá pra saber quem é guarda marítimo ambiental. Identifiquei um com camisa vermelha. Nas fotos tem também salva- vidas e outros funcionários de outras carreiras.
De qualquer forma está feito o registro.
Grato por visitar o blog.
Tréplica: Obrigado por postar o direito de resposta, todos que te mandei nas fotos são GMA's, temos uniforme camisa branca, vermelha e camiseta vermelha, fora a farda. Essa é a maior dificuldade mesmo, nos identificar, por isso muita gente pensa que não trabalhamos, pois estamos lá e não somos identificados como tal. Mas lhe convido para fazer uma matéria mais de perto sobre a GMA, inclusive em alguma de nossas operações, um abraço e parabéns pelo blog.
Réplica da Tréplica: |
Leitor identifica na foto que nem todos são guardas municipais ambientais |