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Gabriel Gialluisi, Jornal do Brasil, 15/06/1991 |
Anos 1990: Um complexo turístico, semelhante ao Club Med que se pretende construir no Peró sobre as dunas , "com hotel de 46 apartamentos, condomínio de 78 casas com piscina e quadra de tênis, um conjunto de 28 apartamentos, quatro praças, 12 lojas, bares e um restaurante", seria construído na praia da Azeda por um grupo hoteleiro italiano, não fosse a oposição firme e contínua da Força de Ação Popular (FAP), presidida por Gabriel Gialluisi. Muitas passeatas de protesto e manifestações em barcos foram organizadas pelos ambientalistas de Búzios para conseguir impedir o empreendimento. Para salvar o Peró, talvez precisemos acampar em frente da Prefeitura, da Câmara de Vereadores ou, até mesmo, da casa do Prefeito de Cabo Frio!
Para calar a boca dos idiotas defensores da tese da especulação imobiliária de que é "preciso ocupar para preservar", a FAP, hoje Movimento Viva Búzios, conseguiu, a exemplo do que ocorreu com a Prainha no Rio de Janeiro, também ameaçada por uma grande construtora, a transformação da praia da Azeda-Azedinha em uma Área de Proteção Ambiental (APA). Hoje a área pertence ao Parque Estadual da Costa do Sol. Decorridos mais de 20 anos, nenhuma favela surgiu nas imediações das duas praias.
O representante da grande especulação imobiliária de Búzios, Otávio Raja Gabaglia, que já tinha até projeto arquitetônico pronto pra área, perdeu! O vencedor, Gabriel Gialluisi, quando morrer, acredito que, com o respaldo de todos os ambientalistas de Búzios, mereça uma estátua erguida em um local bem visível da Azeda. Se podemos usufruir hoje de uma Azeda intacta e bela, muito devemos à sua luta. Obrigado, Gabriel.
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Jornal do Brasil, 15/06/1991 |
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Foto histórica da campanha da Ativa Búzios |
Deu na coluna observatório (JPH, 26/10/2012):
"SEM GPS
A propósito Salazar entrou na sociedade acreditando que poderia influenciar governo e opinião pública a favor de sua ideia de construir um condomínio de casas da praia Azeda, adquirida na década passada. Não logrou êxito naquela empreitada, como também na subsequente, quando tentou vender a área para o grupo Orient Expresss, empresa de capital inglês, proprietária do Capacabana Palace, interessada em construir um hotel onde antes Salazar imaginara um condomínio de casas.
ORIENT EXPRESS
Em recente encontro com o colunista, ocorrido num almoço numa mansão da Ferradura, a CEO do grupo Orient Express no Brasil, a elegante e competente Andrea Natal, revelou ao PH que o grupo não desistiu de ter um hotel na Cidade e estaria analisando a possibilidade de alteração nos limites definidos pelo decreto que incluiu a Azeda dentro do Parque Estadual da Costa do Sol. Andrea contou que, a exemplo do que aconteceu em Foz do Iguaçu, onde a empresa mantém um hotel dentro de área legalmente protegida, Búzios seria um modelo de negócio com características da arquitetura e cultura local e que cerca de 95% da mão de obra seria formada no próprio balneário, com pessoas da Cidade. Nos planos para a Azeda apenas 5% da área seriam utilizados entre complexo hoteleiro e acessos.
COMPROMISSO COM O ACERTO, OU COM O ERRO?
Fontes da Coluna informaram que desde que o novo governo e a população de Búzios se manifestem favoravelmente a implantação de um hotel na Azeda, o governo estadual não teria dificuldades de rever os limites estipulados para o parque da Costa do Sol. A cidade já esnobou uma vez a vinda de um empreendimento com a marca do Orient Express. Será que, irá esnobar uma segunda vez?"
A partir de uma postagem minha, a blogueira Camila Raup postou em seu facebook uma foto sobre a questão da Azeda que gerou os comentários abaixo:
1) "Em 1997 transformei a Azeda e Azedinha em APA e recentemente trabalhei para que ficasse dentro do Parque Estadual Costa do Sol. Tenho certeza que meu amigo Carlos Minc estará nessa briga pela preservação desse patrimônio ambiental" (Mirinho Braga).
Meu comentário:
O problema, prefeito, é que não basta "decretar" e largar de lado. Isso é puro marketing. É preciso que se delimite a área, que ela seja cercada e muito bem sinalizada com placas indicando tratar-se de uma área de preservação ambiental. Além disso, era preciso fazer concurso público para contratar guardar ambientais para tomar conta da área. Quem ama, cuida! E, finalmente- como não se ia expropriar a propriedade- indenizar os donos. Nada disso foi feito. Incompetente para arrumar recursos para comprar a área, o prefeito Mirinho tratou logo de jogar o "pepino" para o Parque Estadual Costa do Sol do Governo do Estado.
2)"Quero examinar antes um estudo sobre as qualidades ambientais da área, já que cercada por uma ocupação consolidada. Deve-se examinar tb essa questão a partir da mobilidade urbana. Portanto, devemos nos afastar das emoções fugidias da ocasião, e encararmos esses estudos antes. Já me manifestei antes. afirmando que o 'ambientalismo' não deve servir para a apropriação dos recursos naturais por grupos, que no 'backstage' manipulam as opiniões, refletidas pela voz do rebanho" (Ruy Borba)
Meu comentário:
Esse discurso do ex-secretário Ruy Borba é o discurso da especulação imobiliária. "Vamos ocupar pra preservar", é o seu lema. Contudo, o importante a sublinhar é a comunhão de ideias, não de bens, entre o ex-secretário e ex-dono do jornal Primeira Hora, com o atual editor responsável pela coluna Observatório. Ou seja, o ex-jornal do ex-secretário está em campanha declarada pela ocupação da Azeda - Azedinha. Isso não preocupa, porque ambos estão muito desacreditados na cidade. O que preocupa é a aproximação de gente importante do novo governo do Dr. André com gente desse tipo. Ainda bem que o vice-prefeito é um ambientalista!
Observação: é por isso que o povo não acredita que o jornal foi vendido!
Este nosso desgoverno a cada dia se supera. Em vez de fazer uma escada de acesso à praia- uma coisa simples, rústica, com a "cara" da Azeda- faz um enorme viaduto. O desgoverno municipal tem licença ambiental para construir um "monstro" desse?