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Diário de Notícias, 1/12/1972 |
Meu comentário:
Anos 1970 - Já em 1972 constatava-se que os governantes de Cabo Frio administravam o município apenas para uma minoria. Os que moravam do outro lado da ponte eram esquecidos. A população pobre dos bairros da Gamboa, Arraial do Cabo, Armação dos Búzios e Porto do Carro- chamada erroneamente de Porto do Carmo- estavam "completamente abandonadas". Não foi à toa que Arraial e Búzios se emanciparam nos anos 1990. E que Tamoios também pretenda atualmente. O jornal responsabiliza as "falhas administrativas" pela falta de água, de energia, de uma rede de esgoto" e pela existência de favelas. Apesar do índice de atropelamentos, desastres graves e colisões, que chegam a ser "alarmantes", não se constrói uma nova ponte por "falta de recursos".
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Rua no Largo do Ceceu |
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Rua de Geribá, foto 1 |
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Rua de Geribá, foto 2 |
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Rua de Geribá, foto 3 |
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Rua de Geribá, foto 4 |
Meu comentário:
É aquilo que venho dizendo: terceirizado faz o que quer em Búzios. É claro que tem que quebrar as ruas para colocar a rede de esgoto. Mas não podia deixar as ruas de Geribá nesse estado. Um horror. A Prefeitura não vai fazer nada contra a empresa? Ou vai arcar com os custos do conserto das ruas?
Pedido: Não deixem de votar na enquete do RECALL dos vereadores no link:
https://apps.facebook.com/minhas-enquetes/xvtxrn?from=admin_wall
Grato.
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Na Praia de João Fernandes, em Búzios, um funcionário da Prolagos faz coleta para análiseGustavo Stephan / O Globo
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João Fernandes, Tartaruga e Ferradura têm estado impróprias, segundo o Inea
RIO - Com águas cristalinas e peixes coloridos, João Fernandes, Tartaruga e Ferradura, em Búzios, sempre foram consideradas praias paradisíacas. Mas têm recebido sucessivos baldes de água fria do Instituto Estadual do Ambiente (Inea), que considerou as três, na maior parte das análises de balneabilidade feitas a partir de janeiro deste ano, impróprias para banho, assim como as praias do Canto, de Armação e Manguinhos. A informação de que o mar de algumas das principais atrações da cidade estava com índices de enterococos — bactéria que indica a presença de esgoto — muito acima do permitido provocou reações da prefeitura de Búzios e chiadeira dos hoteleiros, que temem prejuízos.
— É muito preocupante. Fiquei surpreso, principalmente com a condenação da Tartaruga, que não tem quase nada, só um quiosque e uma pousada — diz Tomas Weber, presidente da Associação de Hotéis de Búzios.
O prefeito de Búzios, Mirinho Braga, candidato à reeleição, é mais contundente:
— O pessoal do Inea está maluco. As praias estão limpas.
Para contestar os laudos do Inea, a prefeitura de Búzios contratou, na última semana, a Prolagos, responsável pelos serviços de água e esgoto da cidade, a fim de coletar material para novas análises, que serão feitas pela empresa e por um laboratório do Rio. A ideia, segundo a secretária de Meio Ambiente de Búzios, Adriana Saad, é que sejam realizados testes semanais nas áreas apontadas como impróprias pelo Inea. O resultado buziano — as coletas foram feitas na última quarta-feira — deve sair em, no máximo, 15 dias.
Búzios reclama dos critérios do Inea. A resolução 274/2000 do Conama estipula que a água está imprópria se tiver índice superior a 100 NMP/100 ml em duas amostras de cinco semanas consecutivas. Só que o Inea não faz testes semanais, e sim quinzenais ou mensais. Isso significa que dois resultados ruins vão fazer com que a praia continue imprópria por um período muito mais longo do que se a resolução do Conama fosse seguida à risca.
— Isso não quer dizer que erramos. A informação pode não estar atualizada, mas é melhor do que não ter nenhuma informação — dizMarilene Ramos, presidente do Inea, acrescentando que, com a ajuda de Búzios, passará a fazer análises semanais.
Rede de esgoto cobre só metade da cidade
Os 11 testes realizados pelo Inea desde janeiro mostram uma situação preocupante para os banhistas. Na Tartaruga, o banho foi considerado não recomendado em seis das análises. Em João Fernandes, oito vezes. A Ferradura foi condenada em todas as coletas, assim como as praias do Canto e Armação. Manguinhos figurou sete vezes como imprópria; a praia Brava, três e a dos Ossos, quatro.
O problema das praias tem diversas explicações. Como Búzios não tem rede de esgoto em toda a sua extensão — são apenas 42 km de rede, quando seria necessário pelo menos o dobro — grande parte das casas usa fossas. Em vez de contratarem caminhões para levar os dejetos quando necessário, muitos moradores ligam clandestinamente a fossa à rede de águas pluviais, que deságua na praia. Para evitar que o despejo ocorra diariamente, a Prolagos — que estima em R$ 50 milhões o custo para implantar toda a rede de esgoto — usa um sistema de captação em tempo seco em algumas regiões. Ou seja, leva o esgoto ligado clandestinamente à rede pluvial para elevatórias, que o transportam para a estação de tratamento. Só que o sistema, existente em parte de Geribá e Ferradura, em Manguinhos, Tartaruga, Brava e Cem Braças, não funciona quando chove:
— Quando chove, o volume é muito grande e não conseguimos bombear, vai tudo para o mar. Não é o ideal, mas já melhora — diz Thiago Maziero, gerente de operações da Prolagos, apontando outro problema. — Mesmo em áreas onde a rede foi implantada, os moradores não ligam seu esgoto porque a obra é cara.
Para piorar a situação, Búzios só tem cinco agentes para fiscalizar as irregularidades em terra, e cinco para problemas no mar. Segundo a secretária Adriana Saad, um concurso foi feito este ano, e mais 30 fiscais devem ser contratados.
Repórteres do GLOBO percorreram praias de Búzios e ouviram relatos de despejo de esgoto mesmo em áreas que têm rede, como João Fernandes. Lá, segundo moradores, o problema ocorre quando a bomba que leva o esgoto para a elevatória dá defeito, o que teria ocorrido três vezes no último mês. Funcionário de um quiosque, Niogi Pereira tem uma enxada reservada para as ocasiões em que o esgoto sai da galeria de águas pluviais:
— Para não sujar toda a areia, faço um caminho para o mar.
A secretária de Meio Ambiente diz que muitas vezes a população confunde as águas pluviais, sujas de terra, com esgoto e que novos testes vão mostrar que as praias estão limpas.
"O tipo de esgotamento sanitário do banheiro ou sanitário dodomicílio particular permanente foi classificado como "rede geral de esgoto oupluvial "- quando a canalização das águas servidas e dos dejetos, proveniente dobanheiro ou sanitário, estava ligada a um sistema de coleta que os conduza a umdesaguadouro geral da área, região ou município, mesmo que o sistema nãodisponha de estação de tratamento da matéria esgotada". (IBGE)
Segue abaixo a relação dos municípios com a quantidade de domicílios particulares permanentes sem ligação à rede geral de esgoto:
1) Araruama - têm 29.518 (82,43%) domicílios sem ligação à rede geral de esgoto.
2) Armação dos Búzios - 7.351 (81,56%).
3) Rio das Ostras - 24.765 (71,43%).
4) Iguaba Grande - 5.055 (66,68%).
5) São Pedro da Aldeia - 14.978 (53,98%).
6) Cabo Frio - 29.052 (48,87%).
7) Arraial do Cabo - 2.599 (29,01%).
Fonte:
"ibge"
A Corrente do Golfo corre paralela àcosta, pega esgoto que sai no emissário submarino em Rio das Ostras, junta como que sai em Búzios. Passando na frente da boquinha da praia das Conchas, láentrou e não sai. Os boletins do INEA anunciam, desde março, que a praia não érecomendada para o banho, ou seja, está interditada e deveria haver placasavisando o fato à população. Para o caso da praia do Peró, pela primeira vez, oboletim do dia 04/05/2011 alertou “Evitar o Banho de mar até 24 horas apóschuvas”, embora tenha liberado a praia. Isso significa que, com uma chuvaaumenta a carga no emissário em Rio das Ostras, e em Búzios, onde a rede decoleta de esgoto em tempo seco despeja esgoto no mar. A corrente do Golfo trástudo para o sul. É isso ai: o Club Med está na rota do esgoto.
Ernesto Lindgren
12/05/2011
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