A estrutura administrativa do governo Mirinho é um "enigma de Andrômeda". É "um conjunto de vértices de um acomodo-grama, agasalhados nessa mesma organização". É um "monstro de organização". "É um labirinto, por onde, quanto mais avança o cidadão, mais perda acumula na sua própria cidadania. Mas o monstro pode ser uma vontade do próprio poder instituído, cioso de manter-se indecifrável, impermeável àqueles que não fizeram parte da sua corte de acólitos" (Editorial, Jornal Primeira Hora, 4/12/04).
O autor desta brilhante análise acima é o atual secretário de planejamento e orçamento sabe-tudo-faz-nada, Ruy Borba. No início da gestão do atual prefeito, o secretário fez uma reforma administrativa igualzinha àquela que ele combatia em 2004. Além de saber-tudo-e-não-fazer-nada, o secretário é um camaleão- oportunista-de-primeira. Vejamos.
Depois de sua reforma- aprovada tranquilamente pela turma do amém da câmara, todos de olho nas boquinhas- temos hoje 940 cargos ocupados por concursados, 1.105 contratados e 416 comissionados. Um total de 2.461 funcionários. Um cabidão. No Gabinetão de Planejamento e Orçamento do qual é titular, são 34 cargos só de comissionados, mas o secretário não tem braços para elaborar o Plano de Cargos e Salários do funcionalismo- afirmação feita na Assembléia da ASFAB. Criou um cargo com o meigo nome de "gerente de relações com o mercado" para o seu amigo fantasma Gilson Peres, nunca mais visto em Búzios. Tem um subsecretário especial para o orçamento. Coordenarias, são duas. Gerente tem pra dar e vender: são sete. Supervisores, 14. Tem chefe que não chefia ninguém. Sobram caciques a procura de índios. Sua fome de cargos ultrapassou sua secretaria: empregou na prefeitura toda redação de seu "ex-jornal". Vai falar o que?
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