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Foto Revista Cidade Online |
Mistério desvendado. Representantes do INEA, Prolagos, Marinha, CILSJ, Comitê dos Baldes, leia-se "das Bacias", Agrisa, e representantes de diversos setores da sociedade civil organizada estavam lá. Da desorganizada não estavam.
A sociedade civil desorganizada experimentou um extraordinário fenômeno nos dias 09 e 10/12/2013, mas apenas dois estudantes universitários assistiram a chegada de um OVNI carregando um trator e uma imensa máquina para fazer café capuccino. O rapaz comentou, "Está chegando", mas a moça continuou ocupada com seu celular. O OVNI pairou no ar e a máquina de café sugou água do rio Una. A seguir despejou café. Há notícia de que um intrépido voluntário fez um vídeo da foz do Una e o expôs na Internet. Ouve-se-o gritando "É esgoto da ETE no Jardim Esperança. O mau cheiro é terrível". Estava e está redondamente enganado. Fotos foram tiradas na praia da Rasa e no rio, constando-se que o rio ficou inundado de café capuccino e a espuma se acumulou na praia.
O OVNI permaneceu na área e em 30/12/2013, pousou o trator na foz do rio. Mais rápido do que uma andorinha retificou a foz do rio. Os jovens fotografaram o evento e a condição em que ficou a foz, que estava seca. As fotos foram enviadas para Edward Snowden, ex-agente da NSA, refugiado na Rússia.
Ao longo do corrente mês a sociedade civil desorganizada continuou confusa. O Una fedia muito.
Finalmente, o grupo citado acima se reuniu, distribuindo um relatório que, em resumo, diz o seguinte: "A coloração escura apresentada deve-se, provavelmente, ao escoamento superficial das águas em solos com elevada concentração de ácidos húmicos que são compostos orgânicos naturalmente encontrados em solos". Bingo! Até prova em contrário o grão de café é colhido numa planta que germina no solo e o ácido é transferido para a planta, para o grão, para o pó usado para fazer o café.
Sobre a reunião, fonte segura informa que o grupo não sabia que a foz do rio estava seca e que foi retificada. Por outro lado, talvez o trator e a condição da foz do rio, que aparecem nas fotos enviadas para o Snowden sejam ilusões de ótica.
O OVNI, o trator e a máquina para fazer café sumiram.
Na ilustração, a foto do grupo. Seus rostos foram obliterados para que não passem a vergonha de serem reconhecidos na rua e correrem o riso de serem apedrejados.
Ernesto Lindgren
Fonte: revista Cidade
30/01/2014
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Subsecretário do Ambiente, RJ, Luiz Firmino, foto G1 |
Em matéria confusa o jornalão O Globo de ontem (12) relaciona os projetos do governo do Estado para o tratamento de esgoto na Região dos Lagos.
No vídeo, aparecem o subsecretário de ambiente, Luiz Firmino, e o agente regional do INEA, Túlio, mas a reportagem informa que “agentes da secretaria estadual de Saúde” estiveram em Cabo Frio para “verificar a situação da estação de tratamento do Jardim Esperança (JE)”. Agentes de saúde verificando ETE? Até que seria bom!
Parece que o governo estadual ainda não entendeu o que está acontecendo no país e em Búzios: o povo não aceita mais que decisões importantes para a sua vida sejam tomadas em gabinetes sem a sua participação. Os dirigentes estaduais da área ambiental- SEA e INEA- falam de projetos como se eles pudessem ser implementados na Região sem a mínima discussão com a população diretamente impactada. Limitam-se a discutir com os prefeitos a portas fechadas. Firmino fala em “acordos” com os prefeitos de Iguaba, São Pedro, Cabo Frio e Búzios. Que acordo cara-pálida? Audiência Pública e Estudos de Impacto Ambiental (EIA-RIMA), pelo visto, não existem no vocabulário dessas “autoridades”.
Gastar 25 milhões de reais para a instalação de rede separativa em Búzios e nas áreas principais de Cabo Frio, São Pedro e Iguaba, e mais 15 milhões para ampliar em 30 hectares e tornar terciária a ETE do JE, tudo bem. Mas afirmar que o efluente resultante do tratamento terciário, por ser “água limpa e tratada”, poderá ser despejado no Rio Una é outra coisa. É preciso que se apresente estudo de impacto ambiental provando que essa é a melhor alternativa e que nenhum dano será causado ao rio. Estudo que deve ser discutido em Audiência Pública. Pior ainda, se pensarem em dar o mesmo destino para os efluentes dos tratamentos “terciários” (com quantos coliformes fecais?) de esgotos de São Pedro da Aldeia e de Iguaba Grande.