Segundo o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO) do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) o "esquema teria sido elaborado e executado pelo sub-secretário de Comunicação Social, Ricardo Mariath, dono do jornal Tribuna Carioca, cuja sociedade era dirigida por laranjas". Na sede do jornal em Cabo Frio, ainda segundo o GAECO, funcionava um escritório de advocacia. "De acordo com as investigações, o jornal teria sido criado no ano passado e foi distribuído apenas nos meses de novembro e dezembro no Centro da cidade, com poucos exemplares em estabelecimentos comerciais e órgãos públicos".
"As investigações começaram em agosto do ano passado, depois que moradores de Silva Jardim denunciaram ao Ministério Público Estadual a não publicação dos editais de licitação do município. Os promotores descobriram que o então subsecretário municipal de comunicação, Ricardo Machado Mariath, abriu o seu próprio jornal, a "Tribuna Carioca", para publicar os atos oficiais do município. Ele teria fraudado a contratação da própria empresa" (jornal O Globo).
O senhor Ricardo Mariath é cidadão cabofriense desde 2009, titulo que lhe foi concedido pelo vereador Silvan Escapini. A Câmara de Vereadores de Cabo Frio é conhecida como a Câmara do Silêncio. Mas nessas horas ela é eloquente!
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Ricardo Mariath (foto inferior, canto esquerdo) recebendo seu título de cidadão cabofriense |
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Pauta da sessão em foi aprovada concessão do título |
Meu comentário:
Assim como em Búzios, alguns moradores de Silva Jardim denunciaram a não publicação dos editais de licitação. Em Búzios, a denúncia serviu de base para que fosse instalada uma CPI pela Câmara de Vereadores. Em Silva Jardim, o MPRJ foi acionado. Recentemente, o Prefeito de Araruama foi afastado por suspeita de fraude no processo licitatório para aquisição de merenda escolar. O dia em que a moda pegar- cidadãos denunciando irregularidades em processos licitatórios- acredito que não fica um (com raríssimas exceções, é claro) Prefeito no cargo, meu irmão! Indícios existem de que quase todas (com raríssimas exceções, é claro) as licitações realizadas no municípios da Região dos Lagos não são feitas seguindo os princípios fundamentais da administração pública previstos no Artigo 37 da nossa Constituição que são os princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência (no caso, economicidade).
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GAECO realizou busca e apreensão de documentos na prefeitura de Silva Jardim e outras 12 localidades, foto site do MP-RJ |
O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO) do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) realizou uma operação, nesta terça-feira (15/04), de busca e apreensão de documentos na prefeitura de Silva Jardim e outras 12 localidades na capital, Nova Friburgo e Cabo Frio. As apreensões foram autorizadas pelo juízo da Vara Única de Silva Jardim com base em procedimento investigatório do MPRJ que apura possível fraude na licitação para publicação dos atos oficiais do município.
De acordo com o pedido encaminhado à Justiça, o jornal “Tribuna Carioca”, vencedor da licitação, em 2013, não tem circulação em Silva Jardim e o esquema teria sido elaborado e executado pelo subsecretário de Comunicação Social, Ricardo Mariath, dono de fato do jornal, cuja sociedade era exercida por "laranjas". O periódico teria sede em Cabo Frio, mas foi constatado que, no local, funcionava um escritório de advocacia. De acordo com as investigações, o jornal teria sido criado no ano passado e foi distribuído apenas nos meses de novembro e dezembro no Centro da cidade, com poucos exemplares em estabelecimentos comerciais e órgãos públicos.
Também são investigados: a ex-procuradora geral do Município e atual secretária de Administração, Sheila Moreth Trugilho e o ex-presidente da Comissão Permanente de Licitação e atual subsecretário de Administração, Glauco Moraes de Azevedo.
Os mandados foram cumpridos por agentes da Coordenadoria de Segurança e Inteligência do Ministério Público e a formalização das apreensões pelos oficiais de Justiça do município. O MP também requereu o afastamento cautelar do exercício da função pública dos envolvidos. A Justiça vai aguardar a perícia da documentação apreendida para analisar o pedido.